sexta-feira, 3 de julho de 2020

3º ANO MANHÃ (PET 2)

PET 2
1º SEMANA

1ª GUERRA MUNDIAL 

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6P89N-WrnLk acessdp em 06/07/2020


A Primeira Guerra Mundial foi um marco na história da humanidade. Foi a primeira guerra do século XX e o primeiro conflito em estado de guerra total – aquele em que uma nação mobiliza todos os seus recursos para viabilizar o combate. Estendeu-se de 1914 a 1918 e foi resultado das transformações que aconteciam na Europa, as quais fizeram diferentes nações entrar em choque.

O resultado da Primeira Guerra Mundial foi um trauma drástico. Uma geração de jovens cresceu traumatizada com os horrores da guerra. A frente de batalha, sobretudo a Ocidental, ficou marcada pela carnificina vivida nas trincheiras e um saldo de 10 milhões de mortos. Os desacertos da Primeira Guerra Mundial contribuíram para que, em 1939, uma nova guerra acontecesse.
Mapa Mental: Primeira Guerra Mundial

Causas

As causas da Primeira Guerra Mundial são extremamente complexas e envolvem uma série de acontecimentos não resolvidos que se arrastavam desde o século XIX: rivalidades econômicas, tensões nacionalistas, alianças militares etc.

De maneira geral, os principais fatores que contribuíram para o início da Primeira Guerra Mundial foram:

disputas imperialistas;

nacionalismos;

alianças militares;

corrida armamentista.

Na questão imperialista, o enfoque pode ser dado ao temor que a ascensão da Alemanha gerou em nações como Rússia, França e Grã-Bretanha. Os alemães haviam passado pelo processo de unificação na segunda metade do século XIX e, após isso, lançaram-se à busca de colônias para seu país. Isso prontamente chamou a atenção da França, por exemplo, que via seus interesses serem prejudicados com o fortalecimento alemão.



A questão dos nacionalismos envolveu diferentes nações. A Alemanha encabeçava um movimento conhecido como pangermanismo. Esse movimento nacionalista servia como suporte ideológico para o Império Alemão defender os seus interesses de expansão territorial no começo do século XX. O pangermanismo ainda se expressava nas questões econômicas, pois os alemães pretendiam colocar-se como a força econômica e militar hegemônica da Europa.

Na questão nacionalista, havia também o revanchismo francês. Essa questão envolvia os ressentimentos que existiam na França a respeito do desfecho da Guerra Franco-Prussiana, conflito travado entre Prússia e França em 1870 e 1871. A derrota francesa foi considerada humilhante, principalmente por dois fatores: a rendição ter sido assinada na Galeria dos Espelhos, no Palácio de Versalhes, e pela perda da Alsácia-Lorena. Após o fim desse conflito, a Prússia autoproclamou-se como Império Alemão.

A questão nacionalista mais complexa envolvia os Bálcãs, região no sudeste do continente europeu. No começo do século XX, os Bálcãs eram quase inteiramente dominados pelo Império Áustro-Húngaro, que estava em ruínas por causa da multiplicidade de nacionalidades e movimentos separatistas que existiam em seu território.

A grande tensão nos Bálcãs envolvia a Sérvia e a Áustria-Hungria na questão referente ao controle da Bósnia. Os sérvios lutavam pela formação da Grande Sérvia e, por isso, desejavam anexar a Bósnia ao seu território (a Bósnia era parte da Áustria-Hungria desde 1908 oficialmente). Esse movimento nacionalista de sérvios era apoiado pela Rússia por meio do pan-eslavismo, ideal em que todos os eslavos estariam unidos em uma nação liderada pelo czar russo.

Tendo em vista todo esse quadro de tensão e rivalidades, as nações europeias meteram-se em um labirinto de alianças militares, que acabou sendo definido da seguinte maneira:

Tríplice Entente: formada por Rússia, Grã-Bretanha e França.


Tríplice Aliança: formada por Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália.

Esses acordos militares incluíam cláusulas secretas de cooperação militar caso uma nação fosse atacada por outra nação adversária. Por fim, toda essa hostilidade deu a garantia para todas as potências e chefes de Estado na Europa de que a guerra era apenas questão de tempo. Por essa razão, as nações europeias iniciaram uma corrida armamentista com o objetivo de se fortalecer para o conflito que ocorreria.

O que faltava para que a guerra tivesse início era um estopim, que aconteceu em 28 de junho de 1914, durante a visita do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, a Sarajevo, capital da Bósnia. A visita do arquiduque foi entendida como uma provocação e colocou em movimento os grupos nacionalistas que existiam na Sérvia e Bósnia.

Gavrilo Princip sendo preso após cometer o atentado que causou a morte de Francisco Ferdinando.

O resultado da visita do arquiduque foi que Gavrilo Princip, membro de um movimento nacionalista bósnio, armado de um revólver, meteu-se à frente do carro que levava Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia. Ele abriu fogo, assassinando ambos. A consequência direta do ato foi uma crise política gravíssima que ficou conhecida como Crise de Julho.

Como não houve saída diplomática para a Crise de Julho, a consequência final foram declarações de guerra acontecendo em cadeia. Em 29 de julho, a Áustria declarou guerra à Sérvia; no dia 30, russos (em defesa da Sérvia), alemães e austríacos mobilizaram seus exércitos. Em 1º de agosto, a Alemanha declarou guerra à Rússia e, no dia 3, à França. No dia 4, o Reino Unido declarou guerra à Alemanha. Era o começo da Primeira Guerra Mundial.
Países envolvidos

Como mencionado no texto, os dois grupos que lutaram entre si na Primeira Guerra Mundial ficaram conhecidos como Tríplice Aliança (as principais forças eram a Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália) e Tríplice Entente (as principais forças eram a Rússia, Grã-Bretanha e França). No caso da Itália, o país fazia parte da Tríplice Aliança, mas recusou-se a participar da guerra quando ela se iniciou. Em 1915, a Itália aderiu à Tríplice Entente.

Naturalmente, a Primeira Guerra Mundial não se resumiu ao envolvimento desses países, pois diversas outras nações envolveram-se no conflito. No lado da Entente, países como Grécia, Estados Unidos, Canadá, Japão e até mesmo o Brasil entraram no confronto. No lado da Tríplice Aliança, houve a participação da Bulgária e de outros povos e Estados clientes, como o Sultanato de Darfur.
Onde ocorreu a Primeira Guerra Mundial?

Os combates da Primeira Guerra Mundial, em sua maioria, aconteceram no continente europeu. Na Europa, destacaram-se a Frente Ocidental, em que os alemães lutaram contra franceses e britânicos, e a Frente Oriental, em que os alemães lutaram contra sérvios e russos. Durante a guerra, houve também batalhas no Oriente Médio, isto é, nas regiões que estavam sob domínio do Império Otomano.

Fases da Primeira Guerra

Utilizando a classificação do estudioso Luiz de Alencar Araripe, a Primeira Guerra Mundial pode ser dividida em duas grandes fases1. A primeira fase ficou conhecida como Guerra de Movimento e aconteceu entre agosto e novembro de 1914. A segunda fase ficou conhecida como Guerra de Trincheiras e ocorreu entre 1915 e 1918.
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Da primeira fase da guerra, destacou-se o plano alemão de invasão da França pelo território belga, o chamado Plano Schlieffen. Esse plano foi elaborado pelo conde Alfred von Schlieffen e consistia basicamente em uma manobra para envolver as tropas francesas e conquistar Paris, a capital da França.

Poucos meses depois que os franceses conseguiram impedir os alemães de conquistar Paris, iniciou-se a segunda fase da guerra, caracterizada pelas trincheiras. As trincheiras eram corredores subterrâneos construídos para abrigar os soldados e separar os exércitos que lutavam entre si. Muitas vezes, a distância entre uma trincheira e outra era mínima.

Primeira Guerra Mundial | Tudo sobre essa guerra global! - Brasil ...
Foto Trincheiras 1ª Guerra Mundial

O espaço entre as trincheiras era conhecido como “terra de ninguém” e era preenchido com sacos de areia, arames farpados e tudo que fosse necessário para garantir a proteção das tropas e para informar que tropas inimigas aproximavam-se. Durante a guerra de trincheiras, foram utilizadas pela primeira vez armas químicas. Os alemães inicialmente utilizaram gás clorídrico, que, com o tempo, também passou a ser utilizado por franceses e britânicos. Por fim, o gás clorídrico foi substituído pelo gás mostarda.

Soldados americanos utilizando máscaras para se proteger das armas químicas utilizadas na frente de batalha.

A respeito dos horrores da Guerra de Trincheiras travada na Frente Ocidental, vale ressaltar o relato feito pelo historiador Eric Hobsbawm:

"Milhões de homens ficavam uns diante dos outros nos parapeitos de trincheiras barricadas com sacos de areia, sob as quais viviam como – e com – ratos e piolhos. De vez em quando seus generais procuravam romper o impasse. Dias e mesmo semanas de incessante bombardeio de artilharia […] “amaciavam” o inimigo e o mandavam para baixo da terra, até que no momento certo levas de homens saíam por cima do parapeito, geralmente protegido por rolos e teias de arame farpado, para a “terra de ninguém”, um caos de crateras de granadas inundadas de água, tocos de árvore calcinadas, lama e cadáveres abandonados, e avançavam sobre as metralhadoras, que os ceifavam, como eles sabiam que aconteceria."

Na Frente Ocidental, destacaram-se batalhas como Verdun e Somme em que a luta nas trincheiras causou a morte de milhões de soldados de ambos os lados. Na Frente Oriental, os alemães conseguiram impor pesadas derrotas aos russos em batalhas como a de Tannenberg, garantindo grandes conquistas territoriais.

A violência da guerra também foi destacada durante os combates que aconteceram na Sérvia. No Oriente Médio, destacou-se a perseguição que o Império Otomano promoveu contra os armênios, o que levou ao Genocídio Armênio. A Primeira Guerra também registrou combates aéreos e uma disputa acirrada entre alemães e britânicos no mar.

Armênios mortos durante o genocídio promovido pelo Império Otomano.

Em 1917, os Estados Unidos, presididos por Woodrow Wilson, entraram na guerra quando uma embarcação britânica foi atacada por alemães, causando a morte de mais de uma centena de americanos. Nesse mesmo ano, os russos, fragilizados por tantas derrotas e por uma crise econômica duríssima, retiraram-se da guerra, e a Revolução Russa consolidou o socialismo no país.

A Primeira Guerra Mundial encerrou-se como resultado do esfacelamento das forças da Tríplice Aliança. Bulgária, Áustria-Hungria e Império Otomano renderam-se, sobrando apenas a Alemanha. O Império Alemão, arrasado pela guerra, também se rendeu após uma revolução estourar no país e levar ao fim da monarquia alemã. Aqueles que implantaram a república no país (os social-democratas) optaram por um armísticio para colocar fim à guerra após quatro anos.
Consequências

Como consequência do armísticio e da derrota alemã, foi assinado em junho de 1919 o Tratado de Versalhes. A assinatura desse tratado aconteceu exatamente no mesmo local onde os franceses haviam ratificado sua derrota em 1871. Dessa vez, os derrotados eram os alemães, que assinavam um tratado que impunha termos duríssimos à Alemanha.

Delegações reunidas durante a assinatura do Tratado de Versalhes na Galeria dos Espelhos, em 1919.

A Alemanha perdeu todas as suas colônias ultramarinas, além de territórios na Europa. Foi obrigada a pagar uma multa pesadíssima, que arrastou o país pra uma crise econômica sem precedentes na sua história. Suas forças militares foram restritas a 100 mil soldados de infantaria. A rigidez dos termos do Tratado de Versalhes é entendida pelos historiadores como a porta que deu abertura para o surgimento e crescimento do nazismo.

O fim da guerra também marcou a reconfiguração do mapa europeu por causa do esfacelamento dos Império Alemão, Austro-húngaro e Otomano. Diversas novas nações surgiram, como Polônia, Finlândia, Iugoslávia etc.
Segunda Guerra Mundial

Os termos que os franceses e britânicos impuseram à Alemanha foram encarados pelos historiadores como paz punitiva. O objetivo era enfraquecer a Alemanha de tal maneira que outra guerra da magnitude da Primeira Guerra Mundial não acontecesse. Britânicos e franceses fracassaram nesse objetivo, já que vinte anos depois uma nova guerra começou na Europa: a Segunda Guerra Mundial.
Resumo

A Primeira Guerra Mundial foi um conflito que aconteceu entre 1914 e 1918, e os principais cenários de guerra ocorreram no continente europeu. Foi resultado de inúmeros fatores, como a rivalidade econômica, ressentimentos por acontecimentos passados e questões nacionalistas. Teve como estopim o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia, em Sarajevo, na Bósnia, em junho de 1914.

Estendeu-se por quatro anos em duas fases distintas: Guerra de Movimento e Guerra de Trincheira. A última fase é a mais conhecida por ter sido a mais longa (de 1915 a 1918) e por ter sido efetivamente caracterizada por um alto grau de mortalidade dos soldados envolvidos. O saldo do conflito foi, aproximadamente, 10 milhões de mortos e uma Europa totalmente transformada.

Créditos: Daniel Neves



2ª SEMANA

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EYPPSnwN3ag acessado em 20/0/2020

REVOLUÇÃO RUSSA - 1917

A Revolução Russa de 1917 foram dois levantes populares: o primeiro ocorrido em fevereiro, contra o governo do czar Nicolau II, e o segundo, em outubro.

Na Revolução de Fevereiro, os revolucionários aboliram a monarquia e, na Revolução de Outubro, começaram a implantar um regime de governo baseado em ideias socialistas.

Causas da Revolução Russa: contexto histórico

Na Rússia, durante o século XIX, a falta de liberdade era quase absoluta.

No campo, reinava uma forte tensão social, devido à grande concentração de terras na mão da nobreza. A Rússia foi o último país a abolir a servidão, em 1861 e em muitos lugares, continuava-se com o sistema de produção feudal.

A reforma agrária promovida pelo czar Alexandre II (1855-1881), pouco adiantou para aliviar as tensões no campo. O regime czarista reprimia a oposição e a Ochrana, polícia política, controlava o ensino, a imprensa e os tribunais.

Milhares de pessoas eram enviadas ao exílio na Sibéria condenadas por crimes políticos. Capitalistas e latifundiários mantinham o domínio sobre os trabalhadores urbanos e rurais.

No governo do czar Nicolau II (1894-1917), a Rússia acelerou seu processo de industrialização aliada ao capital estrangeiro. Os operários concentraram-se em grandes centros como Moscou e São Petersburgo.

Apesar disso, as condições de vida pioraram, com a fome, o desemprego e a diminuição dos salários. A burguesia também não era beneficiada, pois o capital estava concentrado nas mãos dos banqueiros e dos grandes empresários.

A oposição ao governo crescia. Um dos maiores partidos de oposição era o Partido Social Democrata, mas seus líderes, Plekhanov e Lenin, tinham que viver fora da Rússia para fugir das perseguições políticas.

O Partido Operário Social-Democrata Russo era crítico com a política do país. Porém, as divergiam de como solucionar os problemas da Rússia. Isto acabou por dividi-lo em duas correntes:

Bolcheviques (maioria, em russo), liderados por Lenin, defendiam a ideia revolucionária da luta armada para chegar ao poder.

Mencheviques (minoria, em russo), liderados por Plekhanov, defendiam a ideia evolucionista de se conquistar o poder através de vias normais e pacíficas como, por exemplo, as eleições.

Revolução de 1917: Antecedentes

Em janeiro de 1905, um grupo de operários participava de uma manifestação pacífica em frente ao Palácio de Inverno de São Petersburgo, uma das sedes do governo. O objetivo era entregar um abaixo assinado ao czar, pedindo melhorias.

A guarda do palácio, assustada com a multidão, abriu fogo matando mais de mil pessoas. O episódio ficou conhecido como Domingo Sangrento e provocou uma onda de protestos em todo o país.

Aspecto do tiroteio cometido pelas tropas czaristas aos manifestantes

Diante da pressão revolucionária, o czar promulgou uma Constituição e permitiu a convocação de eleições para a Duma (Parlamento). A Rússia tornava-se assim uma monarquia constitucional, embora o czar ainda concentrasse grande poder, e o Parlamento tivesse uma atuação limitada.

Na realidade, o governo ganhou tempo e organizou as reações contra as agitações sociais e os sovietes. Estes eram assembleias de operários, soldados ou camponeses que se organizaram após a Revolução de 1905. Mais tarde teriam um papel essencial da Revolução de 1917.

Ainda em 1905, outro fator de descontentamento foi a derrota na guerra Russo-japonesa. A Rússia perdeu o conflito para o Japão que era considerado um povo inferior e teve que ceder algumas ilhas para este país.

Atuação da Rússia na Primeira Guerra Mundial

Durante a Primeira Guerra Mundial, como membro da Tríplice Entente, a Rússia lutou ao lado da Inglaterra e da França, contra a Alemanha e o Império Austro-Húngaro.

No entanto, o exército russo encontrava-se despreparado para o confronto. As consequências foram derrotas em várias batalhas que deixaram a Rússia enfraquecida e economicamente desorganizada.

Em março, o movimento revolucionário foi deflagrado, com greves se iniciando em São Petersburgo e que se espalharam por vários centros industriais. Os camponeses também se rebelaram.

A maior parte dos militares aderiu aos revolucionários e força a abdicação do czar Nicolau II, em fevereiro de 1917.

Revolução de Fevereiro e Outubro de 1917

Lenin discursa para um grupo de soldados

Após a abdicação do czar, forma-se um Governo Provisório, sob a chefia de Kerensky, que se veria envolvido em disputas entre liberais e socialistas.

Sofrendo pressões dos sovietes, o governo concedeu anistia aos prisioneiros e exilados políticos. De volta à Rússia, os bolcheviques, liderados por Lenin e Trotsky, organizaram um congresso onde defendiam lemas como: “Paz, terra e pão” e “Todo o poder aos sovietes”.

No dia 7 de novembro (25 de outubro no calendário gregoriano), operários e camponeses, sob a liderança de Lenin, tomaram o poder. Os bolcheviques distribuíram as terras entre os camponeses e estatizaram os bancos, as estradas de ferro e as indústrias, que passaram para o controle dos operários.

Consequências da Revolução Russa

A Rússia se retira da Primeira Guerra

O primeiro ato importante do novo governo foi retirar a Rússia da guerra. Para isso, em fevereiro de 1918, foi assinado o Tratado de Brest-Litovsk com as Potências Centrais.

Este determinava a entrega da Finlândia, Países Bálticos, Polônia, Ucrânia e Bielorrússia, além de distritos no Império Otomano e na região da Geórgia.

Guerra civil na Rússia

Os quatro primeiros anos de governo bolchevique foram marcados por uma guerra civil que abalou profundamente o país.

Igualmente, para evitar qualquer tentativa de restauração monárquica, o czar Nicolau II e sua família foram assassinados sem qualquer tipo de julgamento, em julho de 1918.

O Exército Vermelho, criado por Leon Trotsky, derrotou o Exército Branco, formado por nobres e burgueses, garantindo a permanência dos bolcheviques no poder. A revolução estava salva, mas a paralisação econômica era quase total.

Para restaurar a confiança no governo, foi criada a NEP (Nova Política Econômica), que permitia a entrada de capital estrangeiro e o funcionamento de empresas particulares.A aplicação da NEP resultou no crescimento industrial e agrícola da Rússia.

Conclusão da Revolução Russa

Em 1922 foi estabelecida a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), sob liderança de Lenin. Após sua morte, em 1924, iniciou-se uma luta pelo poder entre Trotsky e Stalin.

Derrotado, Trotsky foi expulso do país e, em 1940, foi morto na cidade do México, por um assassino a serviço de Stalin. Sob seu governo, a URSS conheceu uma das mais violentas ditaduras da história, ao mesmo tempo que passava por um crescimento econômico vertiginoso.

Durante a II Guerra Mundial, o país seria um dos principais inimigos do nazismo, aliado dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Após o conflito, seria alçada à condição de segunda potência mundial.

Revolução Russa: resumo

A Revolução Russa, ocorrida em 1917, foram dois levantes populares ocorridos em fevereiro e outubro.

No entanto, a agitação social vinha de longe. Em 1905, manifestantes pediram ao czar Nicolau II melhores condições de vida, mas foram rechaçados à bala. Como consequência, o monarca procurou modernizar o país com eleições para um parlamento (Duma) e uma Constituição.

Com a entrada da Rússia na Primeira Guerra (1914-1917), a situação só piorou. Vários soldados desertaram, oficiais passaram a conspirar contra o czar e este foi deposto através da Revolução de Fevereiro de 1917.

Embora tenham abolido a monarquia, muitos revolucionários achavam que não era suficiente. Assim, um novo golpe é dado, desta vez pelos bolcheviques e camponeses, que instituem um regime mais próximo ao socialismo através da Revolução de Outubro.

Juliana Bezerra


3ª SEMANA 

PERÍODO ENTRE GUERRRAS

Disponível em:   https://www.youtube.com/watch?v=HJ4Zr4e6-DQ acesso em 20/07/2020

O crescimento econômico dos anos 1920 foi bruscamente interrompido pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, dando início a uma longa crise mundial. Nessa época configurou-se a sociedade de massas e surgiram novas formas de lazer.

As mudanças econômicas


O crescimento desigual dos anos 1920

Depois da Primeira Guerra Mundial, a hegemonia econômica deslocou-se da Europa para os Estados Unidos, e Nova York converteu-se no centro financeiro do mundo.


A readaptação da economia europeia à paz foi longa e difícil, devido à destruição provocada pela guerra, pela inflação e pelo aumento do desemprego. A partir de 1923, houve crescimento da produção, declínio do desemprego e melhora do nível de vida nos países da Europa, embora em escala menor do que nos Estados Unidos.
A crise de 1929 e sua expansão

Quando o período de expansão econômica nos Estados Unidos terminou bruscamente em 1929, a economia norte-americana tinha um grave problema: dependência excessiva dos créditos. As empresas solicitavam crédito para aumentar a produção, enquanto os consumidores o faziam para comprar bens de consumo e para investir na Bolsa. As primeiras quedas da Bolsa provocaram pânico entre os investidores. Em 24 de outubro, na conhecida “Quinta-Feira Negra”, a Bolsa de Nova York entrou em crise.

A queda do valor dos títulos impediu que muitos acionistas recuperassem o dinheiro que tinham, o que provocou uma série de falências bancárias. A crise se estendeu, pois muitas empresas e pequenos proprietários ficaram arruinados.

Os Estados Unidos repatriaram seus investimentos externos e exigiram o pagamento de seus empréstimos. Por isso, a partir de 1931, a crise se estendeu para a Europa e o restante do mundo.
As consequências da crise

O desemprego disparou e a população empobrecia, situação que se prolongou durante grande parte da década de 1930. Os governos se viram obrigados a intervir na economia para diminuir a miséria.0

O plano de recuperação mais importante foi o New Deal (“Novo Acordo”), implantado pelo presidente Franklin Roosevelt. Consistia em uma série de medidas para reforçar a proteção social por parte do governo e fomentar a criação de empregos mediante ajuda à indústria, à agricultura, e às obras públicas.
A nova sociedade


A sociedade de massas

Na primeira metade do século XX consolidou-se a sociedade de massas, caracterizada por:

  • Crescente participação da população na política graças aos meios de comunicação (imprensa, rádio) e à generalização do sufrágio universal.
  • Melhoria do padrão de vida, que resultou no aparecimento da sociedade de consumo, Houve também melhora na alimentação da maioria da população; 
  • em algumas residências, as pessoas começaram a desfrutar instalações antes reservadas à classe alta, como elevador, calefação, sanitários, luz elétrica e linhas telefônicas.
  • Surgimento de um novo conceito de lazer, favorecido pela redução da jornada de trabalho. Expandiram-se novos entretenimentos, como o cinema e os esportes de massa.

Uma das mudanças sociais mais significativas foi o início da emancipação feminina: em muitos países, concedeu-se direito de voto às mulheres, que passaram a conquistar cada vez mais espaço no mundo do trabalho. Ao mesmo tempo, houve liberalização dos costumes femininos.


Uma época de utopias e radicalismo

Ao final da Primeira Guerra Mundial, a democracia parecia ter triunfado na Europa. Ao longo do período entre esse conflito e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o povo de vários países desencantou-se com a democracia.

Houve uma polarização das posições políticas: grande parte do operariado optou pela revolução, enquanto outra parte da sociedade, principalmente as classes médias, defendeu governos fortes, ultranacionalistas e anticomunistas. Em alguns países essa divisão provocou conflitos. Foi o caso da Espanha, onde, depois da guerra civil (1936-1939), instaurou-se a ditadura do general Francisco Franco.

Por: Roberto Braga Garcia


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9EGoeeOHlLs acesso em 20/07/2020

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