terça-feira, 8 de setembro de 2020

9º ANO PET IV



Olá! 

Estamos iniciando o estudo do PET IV.

Na Semana 1, estudaremos sobre os Totalitarismos e seus desdobramentos em conflitos mundiais, tendo como foco o início da Era Vargas no Brasil. 

Na Semana 2, estudaremos a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e suas consequências para o Mundo. 

Na Semana 3, aprofunda- remos um pouco mais sobre a II Guerra, o envolvimento do Brasil e o Holocausto, identificando seus desdobramentos no Brasil e no mundo.

Na Semana 4, voltaremos nossa atenção para a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) e a construção da Declaração dos Direitos Humanos, no contexto pós-guerra

1ª SEMANA

Era Vargas foi um período iniciado em 1930, logo após a Revolução de 1930, e finalizado em 1945 com a deposição de Getúlio Vargas. Nesse período da história brasileira, o poder esteve centralizado em Getúlio Vargas, que assumiu como presidente do Brasil após o movimento que depôs Washington Luís da presidência.

Resumo

A Era Vargas foi o período de quinze anos da história brasileira que se estendeu de 1930 a 1945 e no qual Getúlio Vargas era o presidente do país. A ascensão de Vargas ao poder foi resultado direto da Revolução de 1930, que destituiu Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes (presidente eleito que assumiria o país).

Ao longo desse período, Getúlio Vargas procurou centralizar o poder. Muitos historiadores, inclusive, entendem o período 1930-1937 como a “gestação” da ditadura de Vargas. Vargas também ficou marcado pela sua aproximação com as massas, característica que se tornou muito marcante durante o Estado Novo.

Permaneceu no poder até 1945, quando foi forçado a renunciar à presidência por causa de um ultimato dos militares. Com a saída de Vargas do poder, foi organizada uma nova Constituição para o país e iniciada outra fase da nossa história: a Quarta República (1946-1964).
Mapa Mental: Era Vargas

Características da Era Vargas

Resumir as características da Era Vargas é uma tarefa complexa, principalmente porque cada fase assumiu aspectos diferentes. De maneira geral, as seguintes características podem ser destacadas.


Centralização do poder → Ao longo de seus quinze anos no poder, Vargas tomou medidas para enfraquecer o Legislativo e reforçar os poderes do Executivo. Essa característica ficou evidente durante o Estado Novo.


Política Trabalhista → Vargas atuou de maneira consistente no sentido de ampliar os benefícios trabalhistas. Para isso, criou o Ministério do Trabalho e concedeu direitos aos trabalhadores. Era uma forma de reforçar seu poder aproximando-se das massas.


Propaganda Política → O uso da propaganda como forma de ressaltar as qualidades de seu governo foi uma marca forte de Vargas e que também ficou evidente durante o Estado Novo a partir do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP.)


Capacidade de negociação política → A capacidade política de Vargas não surgiu do nada, mas foi sendo construída e aprimorada ao longo de sua vida política. Vargas tinha uma grande capacidade de conciliar grupos opostos em seus governos, como aconteceu em 1930, quando oligarquias dissidentes e tenentistas estavam no mesmo grupo apoiando-lhe.

A postura de Vargas no poder do Brasil durante esse período pode ser também relacionada com o populismo, principalmente pelos seguintes aspectos:


Relação direta e não institucionalizada do líder com as massas;

Defesa da união das massas;
Liderança baseada no carisma;
Sistema partidário frágil.

Transição de poder

Vargas e militares aliados em foto tirada quando a Revolução de 1930 estava em curso.

A ascensão de Getúlio Dornelles Vargas à presidência aconteceu pela implosão do modelo político que existia no Brasil durante a Primeira República. Ao longo da década de 1920, inúmeras críticas foram feitas ao sistema oligárquico que vigorava em nosso país, sendo os tenentistas um dos movimentos de oposição de maior destaque.

A implosão da Primeira República concretizou-se de fato durante a eleição de 1930. Nessa eleição, a oligarquia mineira rompeu abertamente com a oligarquia paulista porque o presidente Washington Luís recusou-se a indicar um candidato mineiro para concorrer ao cargo. A indicação para presidente foi do paulista Júlio Prestes.

Isso desagradou profundamente à oligarquia mineira, uma vez que a atitude do presidente rompia com o acordo existente entre as duas oligarquias (Política do Café com Leite). Assim, os mineiros passaram a conspirar contra o governo e, aliando-se às oligarquias paraibana e gaúcha, optaram por lançar um candidato para concorrer à presidência: Getúlio Vargas.

A disputa eleitoral travada entre Júlio Prestes e Getúlio Vargas teve como desfecho a vitória do primeiro. No entanto, mesmo derrotados, membros da chapa eleitoral de Vargas (chamada Aliança Liberal) começaram a conspirar para destituir Washington Luís do poder (Vargas, porém, havia aceitado a derrota).

Essa conspiração tornou-se rebelião de fato quando João Pessoa, vice de Getúlio Vargas, foi assassinado em Recife por João Dantas. O assassinato de João Pessoa não tinha nenhuma relação com a eleição disputada, mas o acontecido foi utilizado como pretexto para que um levante militar contra Washington Luís fosse iniciado.

A revolta iniciou-se em 3 de outubro de 1930 e estendeu-se por três semanas. No dia 24 de outubro de 1930, o presidente Washington Luís foi deposto da presidência. Uma junta militar governou o Brasil durante 10 dias e, em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas, que aderiu à rebelião quando ela estava em curso, assumiu a presidência do Brasil.

Fases da Era Vargas

Os historiadores dividem a Era Vargas em três fases: Governo Provisório (1930-34), Governo Constitucional (1934-37) e Estado Novo (1937-1945).

Governo Provisório (1930-34)

Getúlio Vargas no Palácio do Catete (palácio presidencial) após o sucesso da Revolução de 1930.

O governo provisório, como o próprio nome sugere, deveria ter sido uma fase de transição em que Vargas rapidamente organizaria uma Assembleia Constituinte para elaborar uma nova Constituição para o Brasil. Getúlio Vargas, porém, nesse momento, já deu mostras da sua habilidade de se sustentar no poder, pois adiou o quanto foi possível a realização da Constituinte.

Nessa fase, Vargas já realizou as primeiras medidas de centralização do poder e, assim, dissolveu o Congresso Nacional, por exemplo. A demora de Vargas em realizar eleições e convocar uma Constituinte teve impactos em alguns locais do país, como São Paulo, que se rebelou contra o governo em 1932 no que ficou conhecido como Revolução Constitucionalista de 1932.

O movimento foi um fracasso e, após a sua derrota, Getúlio Vargas atendeu as demandas dos paulistas, nomeando para o estado um interventor (governador) civil e nascido em São Paulo, além de garantir a realização de uma eleição em 1933 para compor a Constituinte. Dessa Constituinte, foi promulgada a Constituição de 1934.

A nova Constituição foi considerada bastante moderna para a época e trouxe novidades, como o sufrágio universal feminino (confirmando o que já havia sido estipulado pelo Código Eleitoral de 1932). Junto da promulgação da nova Constituição, Vargas foi reeleito indiretamente para ser presidente brasileiro entre 1934 e 1938. Após isio, um novo presidente deveria ser eleito.

Nessa fase, a política econômica de Vargas concentrou-se em combater os efeitos da Crise de 1929 no Brasil. Para isso, agiu comprando milhares de sacas de café e incendiando-as como forma de valorizar o principal produto da nossa economia. Nas questões trabalhistas, autorizou a criação do Ministério do Trabalho em 1930 e começou a intervir diretamente na atuação dos sindicatos.

Governo Constitucional (1934-1937)

Na fase constitucional, o governo de Vargas, em teoria, estender-se-ia até 1938, pois o presidente não poderia concorrer à reeleição. No entanto, a política brasileira como um todo – o próprio Vargas, inclusive – caminhava para a radicalização. Assim, surgiram grupos que expressavam essa radicalização do nosso país.


Ação Integralista Brasileiro (AIB): grupo de extrema-direita que surgiu em São Paulo em 1932. Esse grupo possuía inspiração no fascismo italiano, expressando valores nacionalistas e até mesmo antissemitas. Tinha como líder Plínio Salgado.


Aliança Libertadora Nacional (ANL): grupo de orientação comunista que surgiu como frente de luta antifascista no Brasil e converteu-se em um movimento que buscava tomar o poder do país pela via revolucionária. O grande líder desse grupo era Luís Carlos Prestes.

A ANL, inclusive, foi a responsável por uma tentativa de tomada do poder aqui no Brasil em 1935. Esse movimento ficou conhecido como Intentona Comunista e foi deflagrado em três cidades (Rio de Janeiro, Natal e Recife), mas foi um fracasso completo. Após a Intentona Comunista, Getúlio Vargas ampliou as medidas centralizadoras e autoritárias, o que resultou no Estado Novo.

Essa fase constitucional da Era Vargas estendeu-se até novembro de 1937, quando Getúlio Vargas realizou um autogolpe, cancelou a eleição de 1938 e instalou um regime ditatorial no país. O golpe do Estado Novo teve como pretexto a divulgação de um documento falso conhecido como Plano Cohen. Esse documento falava sobre uma conspiração comunista que estava em curso no país.

Estado Novo (1937-1945)

O Estado Novo foi a fase ditatorial da Era Vargas e estendeu-se por oito anos. Nesse período, Vargas reforçou o seu poder, reduziu as liberdades civis e implantou a censura. Também foi o período de intensa propaganda política e um momento em que Vargas estabeleceu sua política de aproximação das massas.

No campo político, Vargas governou a partir de decretos-leis, ou seja, as determinações de Vargas não precisavam de aprovação do Legislativo, pois já possuíam força de lei. O Legislativo, por sua vez, foi suprimido e, assim, o Congresso e as Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais foram fechadas. Todos os partidos políticos foram fechados e colocados na ilegalidade.

A censura instituída ficou a cargo do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável por censurar as opiniões contrárias ao governo e produzir a propaganda que ressaltava o regime e o líder. Para fazer a propaganda do governo, foi criado um jornal diário na rádio chamado “A Hora do Brasil”.

Durante esse período, também se destacou a política trabalhista, destacando-se a criação do salário-mínimo (1940) e Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943. Os sindicatos passaram para o controle do Estado.
A participação brasileira na Segunda Guerra e o desgaste desse projeto político autoritário enfraqueceram o Estado Novo perante a sociedade. Assim demandas por novas eleições começaram a acontecer. Pressionado, Vargas decretou para o fim de 1945 a realização de eleição presidencial e, em outubro desse mesmo ano, foi deposto do poder pelos militares.

Por Daniel Neves
Graduado em História


2ª SEMANA
 
2ª Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial ocorreu entre 1º de setembro de 1939 e terminou 8 de maio de 1945, e em 2 de setembro, no Pacífico.

As operações militares envolveram 72 países, entre os quais estão Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética, combatendo a Alemanha, Itália e Japão.

A contenda deixou cerca de 45 milhões de mortos, 35 milhões de feridos e três milhões de desaparecidos.

Calcula-se que o custo total da Segunda Guerra Mundial chegou a 1 trilhão e 385 bilhões de dólares.

Causas da Segunda Guerra Mundial

Entre os fatores que levaram à 2ª Guerra Mundial está o descontentamento da Alemanha com o desfecho da Primeira Guerra (1914-1918).

A Alemanha foi declarada a única culpada deste conflito, teve suas Forças Armadas reduzidas e teve que pagar indenizações aos vencedores.

Isto provocou fragilidade econômica, alta inflação e acúmulo de problemas sociais. Na década de 20, surgem movimentos radicais como o nazismo, liderado por Adolf Hitler, que conquistam parte da população.

Hitler defendia o nacionalismo, a ideia que os arianos eram uma raça superior e as demais deveriam ser submetidas ou eliminadas, especialmente, os judeus, considerados culpados de todos os males. Isto gerou o chamado Holocausto, que foi o assassinato em escala industrial deste povo.

Igualmente foram condenados e assassinados descapacitados mentais e físicos, comunistas, homossexuais, religiosos e ciganos.

Fases da Segunda Guerra

O conflito pode ser dividido em três fases:
As vitórias do Eixo (1939-1941);
O equilíbrio das forças (1941-1943);
A vitória dos Aliados (1943-1945).

A 2ª Guerra Mundial se iniciou com a invasão da Polônia pela Alemanha no dia 1º de setembro de 1939 e terminou com a rendição da Alemanha em 8 de maio de 1945. No Pacífico, porém, a contenda continuaria até a capitulação do Japão em 2 de setembro de 1945.

A frente de batalha era formada pelas nações do Eixo (integrado por Alemanha, Itália e Japão) e os países Aliados (Grã-Bretanha, União Soviética e Estados Unidos).

O Brasil declarou guerra ao Eixo em 22 de agosto de 1942 e mandou soldados para a Itália em 1944. Além disso, os Estados Unidos usaram uma base aérea em Natal/RN.

1ª fase: vitórias do Eixo (1939-1941)

A primeira fase da 2ª Guerra Mundial ocorreu com a invasão da Polônia pela Alemanha em 1939.

Na tentativa de barrar as incursões do chanceler alemão Adolf Hitler (1889-1945), os governos de França e Grã-Bretanha impuseram bloqueios econômicos à Alemanha. No entanto, não chegaram ao conflito direto.

Eficaz no campo de batalha, a Alemanha realizou em 1940, uma operação em que combinou ataques terrestres, aéreos e navais para ocupar a Dinamarca.

O exército alemão também tomou a Noruega como forma de salvaguardar o comércio de aço com a Suécia e marcar posição contra a Grã-Bretanha. Para tanto, foi ocupado o porto norueguês de Narvik.

Em maio de 1940, Hitler ordenou a invasão da Holanda e da Bélgica, e uma vez ocupados estes países, as tropas nazistas rumam à França e conseguem dominá-la.

A França assina o armistício com a Alemanha em 14 de junho de 1940 e é dividida em duas áreas: uma administrada pelos alemães e a outra, pelo Marechal Petáin, que colaborava com os nazistas.

Hitler volta seus olhos para a Grã- Bretanha e, no dia 8 de agosto, a Alemanha bombardeou as cidades britânicas com a Luftwaffe, a força aérea alemã. Embora tivessem em menor número, a Força Aérea Britânica (RAF), consegue neutralizar o ataque e o governo da Grã-Bretanha ordenou incursões em solo alemão.

Esta foi a única derrota de Adolfo Hitler na primeira fase da guerra e permitiu aos Aliados a recompor suas forças.

No ano seguinte, em 1941, o exército de Hitler chegou à Líbia, no norte da África, com objetivo de conquistar o canal de Suez. Em maio deste mesmo ano, Iugoslávia e Grécia foram ocupadas por tropas do Eixo.

2ª fase: equilíbrio de forças (1941-1943)


Com a vitória soviética em Estalingrado, os nazistas não conquistaram mais nenhum território

O equilíbrio das forças caracteriza a segunda fase da Segunda Guerra. Esta etapa se inicia em 1941 com a invasão da União Soviética pelos alemães e termina em 1943 com a capitulação da Itália.

A conquista da União Soviética tinha como finalidade a ocupação das regiões de Leningrado (hoje São Petersburgo), Moscou, Ucrânia e Cáucaso.


A entrada do exército alemão ocorreu pela Ucrânia e, posteriormente, seguiu para Leningrado. Quando as forças de Hitler chegaram a Moscou, em dezembro de 1941, foram contidas pelo Exército Vermelho.

Batalhas no Pacífico

Paralelo ao conflito na Europa, as forças do Japão e dos Estados Unidos tinham as relações estremecidas.

Antes da guerra, na década de 30, o Japão invadiu a China e em 1941, a Indochina francesa. Como consequência, em novembro daquele ano, os EUA decretaram o embargo comercial ao Japão, exigindo a desocupação da China e Indochina.

Em meio a negociações diplomáticas entre EUA e Japão, este bombardeou a base naval de Pearl Harbor, no Havaí, e prosseguiu a ofensiva contra os americanos na Ásia meridional e no Pacífico. Diante do ataque, os Estados Unidos declararam guerra ao Japão.

Os japoneses invadiram a Malásia Britânica, o porto de Cingapura, a Birmânia, a Indonésia e as Filipinas. No meio da tensão, o Japão ocupou o porto de Hong Kong e ilhas no Oceano Pacífico que pertenciam à Grã-Bretanha e aos Estados Unidos. Além disso, a Alemanha e a Itália declararam guerra aos Estados Unidos.

Até janeiro de 1942, a ofensiva japonesa resultou na conquista de 4 milhões de quilômetros quadrados e o comando de uma população de 125 milhões de habitantes.

O momento da virada: derrota alemã na União Soviética

O cenário da Segunda Guerra Mundial começa a mudar ao final de 1942, quando os Aliados passam a ter êxito contra os ataques do Eixo. A Batalha de Estalingrado marca essa fase, alterando o curso do conflito.

O Japão sofre importantes derrotas no Pacífico, sendo impedido de conquistar a Austrália e o Havaí.

As forças britânicas e americanas também tem êxito na Líbia e Tunísia. A partir do norte da África, os Aliados desembarcam na Sicília e invadem a Itália, em 1943.

3ª fase: vitória dos Aliados (1943-1945)

A partir da capitulação da Itália, a Segunda Guerra Mundial entra na terceira fase, que termina com a rendição do Japão em setembro de 1945.


Na Itália, o governo de Benito Mussolini (1883-1945) é destituído pelo rei Vítor Emanuel III em julho de 1943. No norte do país é proclamada a República de Saló, um Estado reconhecido somente pelos países do Eixo. Em setembro do mesmo ano, a Itália firma o armistício com os Aliados.

Após esse ponto, a Itália muda de lado e declara guerra à Alemanha em outubro de 1943. Em abril de 1945, depois da captura das forças nazistas na Itália, Mussolini tenta fugir para a Suíça, mas é detido e fuzilado pela resistência.

O cerco à Alemanha se concretiza com a queda da Itália. Em paralelo, em 1944, os soviéticos libertaram a Romênia, a Hungria, a Bulgária e a Tcheco-Eslováquia.

Em 6 de junho daquele ano, ocorreu o Dia D, como é chamado o desembarque do exército Aliado na Normandia, (França), que provoca o recuo dos alemães e a libertação da França.

Ainda na Europa, o Exército soviético liberta a Polônia em janeiro de 1945, conquista a Alemanha e derrota o III Reich. Em 8 de maio, o conflito termina na Europa.

Já no Pacífico, os Estados Unidos pressionam o Japão e no fim de 1944, conquistam as ilhas Marshall, Carolinas, Marianas e Filipinas. A Birmânia é conquistada em 1945 e a ilha de Okinawa é ocupada.

Sem perspectiva de capitular, o Japão sofre a pior ofensiva bélica da Segunda Guerra Mundial. Em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos jogam uma bomba atômica sobre Hiroshima e em 9 de agosto fazem o mesmo em Nagasaki

A rendição do Japão é assinada em 2 de setembro de 1945, pondo fim ao conflito no Pacífico.

O Brasil na Segunda Guerra Mundial

Inicialmente, o Brasil se manteve neutro na guerra, mas diante do bombardeamento de navios brasileiros, o governo de Getúlio Vargas declara guerra ao Eixo.

A participação ficou a cargo da FEB (Força Expedicionária Brasileira), formada em 9 de agosto de 1943 e integrada por um contingente de 25.445 soldados, permanecendo em combate durante sete meses.

Três mil soldados brasileiros foram feridos e 450 morreram.

Consequências da Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial marcou profundamente o mundo contemporâneo.


A Alemanha não foi declarada culpada da guerra, como no conflito anterior, porém passou por um profundo processo de depuração ideológica.

Os países europeus se encontravam destruídos e com sua população reduzida. Somente com a ajuda americana, através do Plano Marshall, foi possível a reconstrução europeia.

Também foi concretizada a criação de um fórum internacional, a Organização das Nações Unidas (ONU), que seria um instrumento diplomático entre as nações para evitar a guerra.

No entanto, o grande vencedor da contenda foram os Estados Unidos, que não tiveram seu território invadido (exceto o Havaí). Desta maneira, o país não acumulava grandes perdas materiais, comparado aos países europeus.

A Europa também foi dividida em dois blocos econômicos de acordo com o país que libertou e ocupou as nações. Países do leste europeu como Polônia, Hungria e Romênia passara a sofrer influência da União Soviética e construíram governos de caráter socialista.

Já países como França, Bélgica e Holanda, se viram ocupadas pelos Estados Unidos e inauguram a época do Estado de Bem-Estar Social.

O confronto entre as duas ideologias marcou o mundo inteiro e foi conhecido como Guerra Fria.

FIQUE POR DENTRO DOS CONCEITOS... 

HOLOCAUSTO — Holocausto foi uma ação sistemática de extermínio dos judeus, em todas as re- giões da Europa dominadas pelos alemães, nos campos de concentração, empreendida pelo regime nazista de Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). 

KAMIKASES — Os kamikazes eram uma unidade de ataque especial na Segunda Guerra Mundial. Eram conhecidos por realizarem ataques suicidas por aviadores militares do Império japonês contra navios dos Aliados, para destruir o maior número possível de navios de guerra. 

REICH — Reich alemão foi o nome dado à Alemanha durante a maior parte da sua história. Reich foi utilizado por ela própria na variante comum alemão do Sacro Império Romano, o “Santo Império Romano da Nação Alemã” (Heiliges römisches Reich deutscher Nation). Der Riche foi um título para o Imperador. No entanto, convém notar que o latim, e não o alemão, era a linguagem jurídica formal do Império na Idade Média, porém, alguns historiadores preferem utilizar Reich alemão à palavra Latina imperium para definir este período da história alemã.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=75eeykQFbdU acesso em 18/08/2020

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RedndCHHtYc acesso em 18/08/2020

3ª SEMANA

O BRASIL NA 2ª GUERRA MUNDIAL

O Brasil na Segunda Guerra Mundial

Quando a guerra transformou-se numa guerra total, dispostos a interceptar remessas de alimentos e matérias-primas para a Inglaterra e os Estados Unidos, os nazistas, sem nenhuma declaração formal de guerra, empreenderam uma campanha submarina no Atlântico, na qual atacaram, de 15 a 17 de agosto de 1942, cinco navios brasileiros (Baependi, Itajiba, Araraquara, Aníbal Benévolo e Araras).

Este ataque obrigou o governo brasileiro a abandonar a neutralidade que vinha mantendo. Durante a II Reunião de Consulta dos Chanceleres Americanos, realizada no Rio de Janeiro, em janeiro de 1942, foi anunciado o rompimento das relações diplomáticas e comerciais do Brasil com a Alemanha, a Itália e o Japão. No dia 22 de agosto Getúlio Vargas reuniu o ministério para a declaração de guerra à Alemanha e à Itália. Foi iniciada a mobilização geral e foram tomadas providências para o aumento da produção agrícola e da indústria extrativa de matérias primas estratégicas.

A contribuição militar inicial não se limitou ao fornecimento das bases aéreas e navais do Nordeste, que possibilitaram a invasão da África do Norte. A Marinha Brasileira fez a cobertura das rotas mercantes do Atlântico Sul, protegendo os navios que levavam materiais estratégicos.


Em meados de 1944, sob o comando do general Mascarenhas de Morais, partiu para a Itália a Força Expedicionária Brasileira (FEB). O primeiro escalão da FEB, sob o comando do general Zenóbio da Costa, desembarcou em Nápoles, em 16 de julho de 1944, onde foi incorporado ao 5º Exército Americano. Dirigiu-se para o norte, onde se desenvolveria a ofensiva aliada entre os rios Arno e Pó. Os expedicionários lutaram ao lado das forças aliadas nas batalhas de Camaiore, Monte Castelo, Castelnuovo, Montese e Fornovo. Durante o conflito a Marinha Brasileira acompanhou, prestando cobertura, mais de 3 mil navios mercantes. As cinzas dos 451 oficiais e praças mortos no conflito, entre eles oito pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB) foram transladados do cemitério de Pistoia, na Itália, para o Brasil, em 5 de outubro de 1960, e hoje repousam no monumento aos mortos da II Guerra Mundial, no Rio de Janeiro.

O Brasil foi o único país da América Latina que participou diretamente da Segunda Guerra Mundial. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) permaneceu na Itália cerca de 11 meses, dos quais quase oito na frente de luta, em contato permanente com o inimigo. A 28 de janeiro de 1942, durante a Terceira Conferência dos Chanceleres Americanos no Rio de Janeiro, o Governo do Brasil anunciava o rompimento de suas relações com a Alemanha, o Japão e a Itália, por efeito de seus compromissos internacionais em face da agressão a Pearl Harbour (7 de dezembro de 1941). Em consequência desse ato, entrou o Brasil em grande atividade militar para a segurança e a defesa de suas costas, quando, ao mesmo tempo, cedia aos Estados Unidos o uso, durante a conflagração, de suas bases militares - Belém, Natal, etc.

Em agosto de 1942 o Brasil se viu envolvido nos conflitos da Segunda Guerra Mundial quando submarinos alemães torpedearam indefesos navios mercantes brasileiros. Esses ataques covardes levaram o Governo de Getúlio Vargas, no dia 22 de agosto de 1942 a reconhecer a existência de estado de guerra entre o Brasil e as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).

O governo brasileiro enviou um corpo de soldados para lutar na Itália contra os fascistas.

Embarque da FEB rumo a Segunda Guerra

Soldados da FEB rumo a Segunda Guerra

Disponível em: https://www.sohistoria.com.br/ef2/segundaguerrabr/


Política da Boa Vizinhança 

A Política de Boa-Vizinhança foi uma política exterior estadunidense para a América Latina implementada durante o governo de Franklin D. Roosevelt.

Esta estratégia consistia em abandonar a intervenção militar nos países do continente americano e substituí-la pela diplomacia e aproximação cultural.

Origem da Política da Boa Vizinhança

A política da Boa Vizinhança tinha como objetivo mudar a imagem intervencionista dos Estados Unidos para a de um “bom vizinho”.

Por isso, ao invés de se atribuírem o direito de intervir militarmente nos países latino-americanos, os Estados Unidos preferiram utilizar a diplomacia.

Desta maneira, os americanos garantiam o fornecimento de matérias-primas e mercado para seus produtos, pois a Europa se encontrava em crise por causa da Crise de 1929.

Também desejavam diminuir a influência da Alemanha no continente e assim assegurar uma zona de aliados nesta área que lhes era tão perto geograficamente.

Desta maneira, um grupo de empresários, passa a formular uma estratégia de aproximação política para a América Latina, que será adotada pelo governo de Franklin Delano Roosevelt (1933-1945).

A política da Boa Vizinhança mirou, especialmente, em Cuba, Venezuela, México, Argentina e Brasil.

A Política de Boa Vizinhança e o Brasil

Getúlio Vargas e Franklin Roosevelt se encontram em Natal (RN), em janeiro de 1943, para decidir a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

A política de Boa Vizinhança norte-americana coincidiu com o governo de Getúlio Vargas no Brasil.

Apesar de o governo Vargas ter inclinações fascistas e nacionalistas, a corrente pró-americana acabou prevalecendo.

Getúlio Vargas negociou com os americanos empréstimos a fim de modernizar o parque industrial brasileiro. Em troca, garantiu a entrada de produtos estadunidenses e fornecimento de matéria-prima.

Do mesmo modo, em termos de política externa, o Brasil, num primeiro momento se declarou neutro diante da guerra e, depois, participou do conflito.

Importante lembrar que aqueles que simpatizavam com o nazismo e o fascismo no Brasil foram perseguidos, assim como foram proibidas as escolas que ensinavam em língua estrangeira.
Veja também: Fascismo

Política da Boa Vizinhança e Cultura

Cartaz do filme de Walt Disney, "Saludos Amigos", de 1942, apresentava a América Latina aos americanos

O lado mais visível da política da Boa Vizinhança é o cultural.

O Brasil foi visitado por grandes nomes da cultura americana como ator e diretor Orson Welles (1915-1985) e Walt Disney (1901-1966). Este criaria o personagem Zé Carioca, um papagaio brasileiro, que seria o anfitrião do Pato Donald no Rio de Janeiro no filme “Aquarela do Brasil”, com música de Ary Barroso (1903-1964).

Pato Donald conhece Zé Carioca


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PXa5CveNhTw&list=PL27zNjLilXk_tbQITjLCXqSL_IXn-c02R&index=2  acesso em 08/09/2020

O Samba


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5UrEfw0TE2I&list=PL27zNjLilXk_tbQITjLCXqSL_IXn-c02R&index=4  acesso em 08/09/2020

Por sua vez, vários artistas brasileiros como Carmem Miranda (1909-1955) e o músico Heitor Villa-Lobos (1887-1959) foram aos Estados Unidos para colaborar na indústria cinematográfica.

Também o cineasta Luiz Carlos Barreto (1928) foi para Hollywood trabalhar como uma espécie de consultor, a fim de ver se os filmes realizados não "ofendiam" aos latinos.
Veja também: American Way of Life
Carmem Miranda

A grande estrela da época foi a cantora e atriz Carmem Miranda. A artista já era um fenômeno da música brasileira e conseguiu conquistar os americanos participando de musicais na Broadway e inúmeros filmes em Hollywood.

O que que a baiana tem?

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ojo3I59Gn6c acesso em 08/09/2020

Critica-se que ela contribuiu para o estereótipo do latino-americano que canta, dança e se veste de maneira exótica.
Consequências da Política da Boa Vizinhança

Os anos de política da Boa Vizinhança deixaram uma marca profunda na cultura brasileira, pois os Estados Unidos passaram a ser a referência cultural do país.

Até os hábitos alimentares foram modificados com a inclusão de bebidas como milk-shake, refrigerantes, hambúrgueres e outras especialidades da cozinha norte-americana no cotidiano brasileiro.


A política da Boa Vizinhança terminou após o fim da Segunda Guerra, em 1946. A América Latina não era a prioridade dos americanos, pois já estava considerada como suficientemente conquistada em termos políticos e econômicos.

O continente só voltaria a ser alvo de preocupação após a Revolução Cubana, pois havia o temor que a região passasse para esfera de influência da União Soviética.


HOLOCAUSTO

Holocausto é o nome que se dá para o genocídio cometido pelos nazistas ao longo da Segunda Guerra Mundial e que vitimou aproximadamente seis milhões de pessoas entre judeus, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová, deficientes físicos e mentais, opositores políticos etc. De toda forma, o grupo mais foi vitimado no Holocausto foi o dos judeus. Estes, por sua vez, preferem referir-se a esse genocídio como Shoah, que em hebraico significa “catástrofe”.

Antissemitismo nazista

O Holocausto foi o resultado final de um processo de construção do ódio de uma nação contra um grupo específico que vivia na Europa. O antissemitismo na Alemanha não surgiu com o nazismo e remonta a meados do século XIX, em movimentos nacionalistas, além de ter sido manifestado por personalidades alemãs da época, como Hermann Ahlwardt e Wilhelm Marr.

Quando o partido nazista surgiu, em 1920, o antissemitismo era um elemento que já fazia parte da plataforma do partido, e os historiadores acreditam que Adolf Hitler tornou-se antissemita em algum momento de sua juventude, quando vivia em Viena, capital da Áustria. A presença do antissemitismo no Nazismo, durante sua fundação, era perceptível no programa do partido, que afirmava que nenhum judeu poderia ser considerado cidadão alemão.

O antissemitismo alemão partia do pressuposto de que a raça alemã era superior e de que os judeus eram responsáveis por todos os males da sociedade alemã. Hitler e os nazistas começaram por colocar nos judeus a culpa da derrota alemã na Primeira Guerra Mundial por meio da “teoria da punhalada nas costas”.

Os nazistas falavam que os judeus possuíam um plano de dominação mundial e criticavam contundentemente o liberalismo econômico e o capitalismo financeiro, pois afirmavam que ambos eram dominados pelos judeus. Um dos exemplos claros dessa ideia (situada na época das teorias da conspiração utilizadas para acusar os judeus) foi um livro de origem russa e autor desconhecido que foi sucesso de vendas na Alemanha: “Os protocolos dos sábios de Sião”.

Quando os nazistas assumiram o poder na Alemanha, em 1933, o processo de exclusão e de violência contra os judeus foi iniciado de maneira progressiva. O discurso nazista, aliado à doutrinação realizada na sociedade alemã, tornou os judeus bodes expiatórios e vítimas de perseguição intensa, não só por parte do governo, mas também pelos civis.

Durante os anos do Holocausto, os nazistas obrigavam os judeus a usarem uma estrela costurada na roupa como forma de identificação.

Uma das primeiras ações tomadas pelos nazistas contra os judeus foi uma lei, aprovada em 7 de abril de 1933, chamada Berufsbeamtengesetz, traduzida para o português como Lei para Restauração do Serviço Público Profissional. Essa lei proibia definitivamente os judeus de atuarem em cargos públicos. Outras leis do tipo foram aprovadas para outros ofícios, como médicos e advogados. Além das leis, os judeus eram alvos de ataques promovidos pelas tropas de assalto nazistas (SA) e tinham suas lojas boicotadas a nível nacional.

Com o passar do tempo, novas ações contra os judeus foram sendo organizadas na Alemanha. Essa perseguição forçou milhares de judeus a fugirem do país, mas muitos outros não conseguiram, pois nenhum país estava disposto a recebê-los. Na década de 1930, duas medidas tomadas por Hitler simbolizaram o reforço do antissemitismo na Alemanha: as Leis de Nuremberg e a Noite dos Cristais.


Leis de Nuremberg

As Leis de Nuremberg foram um conjunto de três leis, aprovadas no ano de 1935, que legislavam sobre a miscigenação, a bandeira e a cidadania alemã. As duas leis que se relacionavam diretamente com o antissemitismo na Alemanha eram a Lei de Proteção do Sangue e da Honra Alemã e a Lei de Cidadania do Reich.

A primeira lei tratava a respeito da miscigenação, proibindo que judeus e não judeus casassem-se, além de proibir também que não judeus tivessem relações sexuais com judeus. Essa lei também falava que judeus não poderiam ter empregadas domésticas com idade inferior a 45 anos nem portar as cores do Reich (preto, vermelho e branco).

A segunda tratava a respeito da cidadania, basicamente definindo quem era cidadão e quem não era. Segundo essa lei, todas as pessoas que tivessem ¾ de sangue judeu ou fossem praticantes do judaísmo seriam consideradas judias e automaticamente não teriam direito à cidadania. Com isso, os judeus eram considerados apenas “sujeitos de Estado” e eram pessoas que tinham de cumprir suas obrigações, mas não tinham direito a receber nada do que um cidadão receberia.

Noite dos Cristais

A Noite dos Cristais foi um marco na história do antissemitismo porque oficializou um ponto de partida para o aumento da violência contra os judeus na Alemanha. Esse acontecimento passou-se em 1938 e é definido como um pogrom, isto é, um ataque violento que é organizado contra um grupo específico.

Esse ataque aconteceu em represália ao assassinato de Ernst vom Rath, um diplomata alemão, por um estudante judeu de 17 anos que queria vingar-se da expulsão de seus pais da Alemanha. Dias após o diplomata alemão ser atacado em Paris, uma ordem foi emitida por Hitler e Goebbels para que ações de violência fossem organizadas como forma de intimidar os judeus.

Os ataques da Noite de Cristal iniciaram-se na noite de 9 de novembro de 1930 e estenderam-se até a metade do dia seguinte. Membros do partidonazista, a maioria à paisana, partiram para um ato de violência inédita na Alemanha. Casas, estabelecimentos, orfanatos e sinagogas foram atacadas com os agressores destruindo o que encontravam pela frente, agredindo as pessoas que estavam nesses locais e, por fim, incendiando as construções.

Ao fim do pogrom, milhares de estabelecimentos foram destruídos, e, apesar do número oficial de mortos ser 91, especula-se que os mortos nesse ataque possam ter chegado à casa dos milhares. A Noite dos Cristais também inaugurou o aprisionamento de judeus em campos de concentração, pois, durante o pogrom, 30 mil judeus foram presos e encaminhados para Dachau, Buchenwald e Sachsenhausen.

Solução Final

Na imagem estão Heinrich Himmler (à esquerda) e Reinhard Heydrich (no centro), os dois arquitetos da Solução Final.

Com o início da Segunda Guerra, em 1939, a cúpula do partido nazista começou a discutir “soluções” sobre como tratar a “questão judia” na Europa. Como mencionado, o aprisionamento de judeus em campos de concentração foi iniciado ainda na década de 1930. Esses locais, no entanto, não haviam sido preparados para serem locais de extermínio como aconteceu durante a guerra.

Quando a guerra começou, os judeus no Leste da Europa começaram a ser agrupados em guetos, um local específico da cidade que era cercado pelas tropas nazistas e separado especificamente para o abrigo de judeus. Os guetos agrupavam-nos para que mais tarde fossem enviados para os campos de concentração e extermínio.

Além disso, os nazistas debatiam soluções a serem colocadas em prática para lidar com a “questão judia”, e duas dessas foram amplamente debatidas. Na primeira, os nazistas tentaram obter autorização para deportar os judeus para a União Soviética, mas Stalin não aceitou recebê-los. Outro plano ficou conhecido como Plano Madagascar, em que os nazistas cogitaram deportar os judeus da Europa para a ilha de Madagascar, na África.


Por toda a Europa, os judeus eram aglomerados e transportados, para os guetos e campos de concentração, em vagões de trem.

De toda forma, o plano de exterminar todos os judeus após a guerra é classificado pelo historiador Timothy Snyder como uma utopia de Hitler que foi reformulada por dois membros do Partido Nazista à medida que a guerra foi tomando o rumo que não era desejado pelos nazistas. Os reformuladores do plano de extermínio dos judeus foram Reinhard Heydrich e Heinrich Himmler e, por isso, ambos são considerados arquitetos do Holocausto.

Grupos extermínio

Quando a Solução Final foi elaborada, o que estava na mente de Heydrich e Himmler era: “os judeus que não pudessem trabalhar teriam que sumir, e os fisicamente capazes de trabalhar seriam usados como mão de obra em algum lugar na União Soviética conquistada até que morressem.”  Os primeiros judeus vítimas desse plano foram alvo dos Einsatzgruppen, os grupos de extermínio.

Esses grupos de extermínio atuaram na Polônia, nos países bálticos e na parte do território soviético que os nazistas estavam ocupando. A atuação deles era simples: promover a limpeza sistemática de judeus dessas áreas por meio de fuzilamentos. Os judeus dessas localidades eram reunidos em um local específico, posicionados nus em frente a uma vala comum e fuzilados um a um até que toda a população judia desses locais estivesse morta.

A atuação dos grupos de extermínio nos locais citados, como os países bálticos (Estônia, Lituânia e Letônia), levou à morte por fuzilamento milhares de pessoas. Na Lituânia, 114.856 judeus foram mortos; na Letônia, 69.750 judeus foram executados; e na Estônia, foram encontrados 963 judeus e todos eles foram executados. Durante esses fuzilamentos, os grupos de extermínio também executaram outras pessoas, como as que tinham colaborado com os soviéticos.

O fuzilamento organizado pelo Einsatzgruppen que mais ficou conhecido recebeu o nome de Massacre de Babi Yar, quando os judeus de Kiev foram reunidos em um ponto da cidade e fuzilados durante um período de 36 horas. Desse massacre resultaram as mortes de 33.761 pessoas, que foram depositadas em uma vala comum.

A atuação dos grupos de extermínio, no entanto, tinha limites sensíveis aos objetivos nazistas. Primeiro, por mais eficiente que fosse o Einsatzgruppen, a velocidade com que faziam a limpeza étnica era abaixo do que os nazistas desejam. Segundo, o envolvimento dos soldados em uma quantidade assombrosa de execuções trazia-lhes graves problemas psicológicos. Isso forçou os nazistas a pensarem em uma alternativa que fizesse o genocídio de judeus acontecer de maneira mais ágil e impessoal.

Campos de concentração

Cadáveres de judeus encontrados no campo de concentração de Bergen-Belsen em 1945.

A solução encontrada pelos nazistas foi a de promover a execução de judeus em câmaras de gás, que foram sendo instaladas nos campos de concentração. Além disso, foram construídos seis campos de extermínio cujo intuito era unicamente promover a execução de judeus. A diferença é que, nos campos de concentração, os judeus, além de executados, também tinham sua mão de obra explorada ao máximo.

As câmaras de gás para a execução de judeus foi uma ideia exportada do Programa de Eutanásia, também conhecido como Aktion T4. Nesse programa, os nazistas executavam os que eram considerados inválidos, ou seja, aqueles que possuíam algum tipo de distúrbio mental ou deficiência física.

Entrada de Auschwitz, campo de extermínio responsável pela morte de 1,2 milhão de pessoas. No portal está escrito “o trabalho liberta”.

Os campos de extermínio, construídos pelos nazistas a partir do segundo semestre de 1941, foram: Chelmno, Belzec, Sobibor, Treblinka, Auschwitz e Majdanek. Todos esses campos localizavam-se na Polônia, e o primeiro deles a ser construído foi o de Belzec — local no qual foi desenvolvida uma câmara de gás à base de monóxido de carbono e que matava suas vítimas por asfixia. Depois, outros campos foram construídos, e os nazistas começaram a utilizar Zyklon-B para assassinar os prisioneiros.

Dos campos de extermínio citados, a quantidade de mortos foi a seguinte:
Auschwitz-Birkenau: aproximadamente 1,2 milhão de mortos.
Treblinka: aproximadamente 900 mil mortos.
Belzec: aproximadamente 400 mil mortos.
Sobibor: aproximadamente 170 mil mortos.
Chelmno: aproximadamente 150 mil mortos.
Majdanek: aproximadamente 80 mil mortos.

Dentre os horrores cometidos nos campos de concentração, destacaram-se a jornada de trabalho extenuante, os maus-tratos diários e as péssimas condições de higiene. Os prisioneiros ficavam em alojamentos abarrotados de pessoas e eram mal alimentados. Execuções sumárias sem motivação aparente aconteciam como forma de tortura psicológica aos prisioneiros, além das execuções nas câmaras de gás.

Duas crianças judias que morreram de inanição e foram encontradas no campo de concentração de Bergen-Belsen em 1945.

Os prisioneiros recebiam roupas insuficientes para o inverno, e, na maioria das vezes, elas eram recolhidas em abril (principalmente no caso de Auschwitz) independentemente se o frio tivesse passado ou não. Eles eram obrigados a suportar a enorme quantidade de percevejos e pulgas nos alojamentos. Quando adoeciam, o tratamento oferecido era sempre insuficiente. Na questão médica, também há registros de testes realizados em cobaias humanas por médicos nazistas em diversos campos de concentração.

Os prisioneiros dos campos de concentração foram sendo libertados à medida que os nazistas foram perdendo a Segunda Guerra Mundial. No decorrer em que suas posições no Leste Europeu eram ameaçadas, os nazistas intensificaram a velocidade das execuções de judeus nas câmaras de gás, além de terem tentado ocultar os indícios do genocídio, seja com a destruição de documentos, seja com a exumação dos corpos.

Julgamentos em Nuremberg

Depois que os nazistas renderam-se em maio de 1945, muitos deles e seus colaboradores, que atuaram diretamente no Holocausto, foram presos e levados a julgamento no Tribunal Militar Internacional de Nuremberg. Os julgamentos em Nuremberg estenderam-se durante nove meses e condenaram alguns nazistas à morte por enforcamento, enquanto outros receberam penas de prisão perpétua ou por certa quantidade de tempo.

Entre os condenados à morte por enforcamento, estavam Hermann Göring, chefe da Luftwaffe (força aérea), e Joachim von Ribbentrop, ministro das Relações Exteriores da Alemanha. Entre os condenados à prisão perpétua, estavam Rudolf Hess, vice-líder do partido nazista, e Erich Raeder, comandante da Kriegsmarine (marinha alemã).
Filmes

O Holocausto é um dos acontecimentos mais marcantes do século XX. Os relatos dos sobreviventes até hoje chocam o mundo, e a cada dia que se passa novas informações são descobertas. Por ser um assunto tão relevante para a história recente do mundo, o Holocausto é um assunto que chama grande atenção do cinema e, por isso, grandes obras foram produzidas. Destacamos algumas delas abaixo:

“O pianista” (The Pianist), filme de 2002 dirigido por Roman Polanski.

“A lista de Schindler” (Schindlers List), filme de 1993 dirigido por Steven Spielberg.

“A vida é bela” (La Vita è Bella), filme de 1997 dirigido por Roberto Benigni.

“O filho de Saul” (Saul fia), filme de 2015 dirigido por László Nemes.

“Amém” (Amen), filme de 2002 dirigido por Constantin Costa-Gavras.


Por Daniel Neves
Graduado em História

4ª SEMANA

ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) corresponde a uma organização internacional a qual reúne países voluntariamente com a intenção de promover a paz, a cooperação e o desenvolvimento mundial.

História

A Organização das Nações Unidas foi criada oficialmente no período pós-Segunda Guerra Mundial, em 1945, no dia 24 de outubro, por meio do documento de fundação conhecido como Carta das Nações Unidas.

A motivação para a sua criação está relacionada com os conflitos internacionais que destruíram diversos territórios e vitimaram milhares de pessoas, trazendo, assim, à tona a necessidade de buscar a paz entre as nações.

Antes da existência da ONU, havia uma outra organização intergovernamental conhecida como Liga das Nações, criada com o objetivo de uma proposta de paz negociada pelos países vitoriosos na Primeira Guerra Mundial. Contudo, com a ocorrência da Segunda Guerra Mundial, essa organização foi considerada um fracasso, por não ter conseguido evitar uma nova guerra.

A ONU tem o poder de discutir e tomar medidas necessárias para questões enfrentadas pela sociedade, como a questão da paz mundial, as mudanças climáticas, o desenvolvimento sustentável, os direitos humanos, o desarmamento, o terrorismo, a igualdade de gênero, a produção de alimentos, as emergências de saúde etc.

A sede encontra-se nos Estados Unidos, em Nove Iorque, sendo considerada um território internacional. No entanto, há outras sedes em demais localidades do mundo, como na Suíça, Áustria, Beirute, Santiago, entre outras. A ONU possui uma bandeira própria, bem como correios e selos postais. Os idiomas oficiais que permitem que todos os membros possam estabelecer comunicação são seis: inglês, francês, espanhol, árabe, chinês e russo.

É composta por seis órgãos principais, segundo a Carta. São eles:

Assembleia Geral: Constitui a principal assembleia deliberativa da organização, composta por todos os Estados-membros, dirigida por um presidente eleito entre os países.


Conselho de Segurança: Órgão responsável por garantir a paz e a segurança entre os Estados-membros. Composto por 15 Estados-membros. Cinco deles são permanentes (Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China) e dez membros temporários eleitos pela Assembleia Geral a cada dois anos. É o único órgão da ONU com poder decisório, sendo, portanto, um dever, o respeito às decisões tomadas por ele.


Conselho Econômico e Social: Órgão responsável por auxiliar a Assembleia Geral no que tange à cooperação socioeconômica e o desenvolvimento internacional. Composto por 54 membros eleitos pela Assembleia Geral a cada três anos.


Conselho de tutela: Composto por 5 membros permanentes que compõem o Conselho de Segurança. Suas atividades foram suspensas e reúnem-se apenas quando há situações que exijam a sua atuação.


Corte Internacional de Justiça: Também conhecida como Tribunal Internacional de Justiça, é considerada como o principal órgão judicial da organização, cujo objetivo é julgar os que cometem crimes graves do direito internacional, como guerras e genocídio. Composto por 15 membros eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança, cumprindo mandato de nove anos.


Secretariado: Órgão responsável por fornecer estudos e informações necessárias para que a organização consiga realizar suas reuniões, bem como dirigir os demais órgãos. O secretário-geral é o principal cargo da organização.
Objetivos

A cooperação internacional na busca pela paz entre os povos é um dos principais objetivos da ONU.

Por meio da Carta das Nações Unidas, a organização prevê suas metas e missões. Esse documento retrata as expectativas e propósitos da organização para com os povos e governos. Confira um trecho da Carta que exprime bem a missão da ONU perante a cooperação internacional:

“ Nós os povos das Nações Unidas, resolvidos a preservar as gerações vindouras do flagelo da guera, que por duas vezes no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes de direito internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla. E para tais fins praticar a tolerância e viver em paz uns com os outros, como bons vizinhos, unir nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais (...)”

Segundo a ONU, os principais propósitos da organização são:

Manter a paz e a segurança internacionais;

Desenvolver relações amistosas entre as nações;

Realizar a cooperação internacional para resolver os problemas mundiais de caráter econômico, social, cultural e humanitário, promovendo o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais;

Ser um centro destinado a harmonizar a ação dos povos para a consecução desses objetivos comuns.

A organização também é regida por princípios|2| que permeiam a ação dos Estados-membros, por exemplo:

Princípio da igualdade soberana de todos os seus membros;

Os membros são obrigados a cumprir de boa-fé os compromissos da Carta;

Os membros devem resolver seus conflitos internacionais pacificamente, sem ameaçar a paz, a segurança e a justiça internacionais;


Todos os membros deverão assistir às Nações Unidas em qualquer medida tomada por ela, em conformidade aos preceitos da Carta.

Além dos seis principais órgãos, a organização é composta também por instituições e agências especializadas, principalmente, em questões humanitárias. Algumas são bastante conhecidas no mundo todo, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A ONU é composta, atualmente, por 193 Estados-membros.
Países

No período de fundação da organização, a ONU contava com 51 Estados-membros. Atualmente, a ONU é composta por 193 Estados-membros. Esses não possuem obrigatoriedade em compô-la, aderindo-a, então, voluntariamente. Os países definem as políticas, as ações a serem tomadas em cada situação, assim como financiam a organização.

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