quarta-feira, 14 de outubro de 2020

PET V 1º ANO ENSINO MÉDIO EJA

  1ª SEMANA


TEMA: Cidadania e Racismo no Brasil


Leis abolucionista disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=c2F-17ilME4 Acesso em 14/10/2020

AS LEIS ABOLICIONISTAS

As leis abolicionistas foram aprovadas no Brasil entre 1850 e 1888 e fizeram parte da transição gradual que o país percorreu até decretar a abolição da escravatura, por meio da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. Nesse período de 38 anos, as grandes leis abolicionistas aprovadas foram a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários.

Contexto

O período que levamos em consideração neste texto (1850-1888) teve como ponto de partida a Lei Eusébio de Queirós, que proibia definitivamente o tráfico ultramarino de escravos africanos. Por meio dessa lei, o tráfico negreiro teve fim, e sua aplicação efetiva fez com que o número de escravos enviados para o Brasil caísse drasticamente, na década de 1850.

A Lei Eusébio de Queirós foi consequência da pressão da Inglaterra sobre o Brasil para que o tráfico negreiro fosse decretado. Essa pressão tornou-se muito grande a partir de 1845, quando os ingleses aprovaram a Bill Aberdeen, lei que permitia as embarcações britânicas atacarem e aprisionarem navios negreiros que estivessem no Oceano Atlântico.

Com a aprovação dessa lei, as autoridades brasileiras reprimiram efetivamente o tráfico negreiro e, entre 1851 e 1856, cerca de 6.900 africanos escravizados desembarcaram no Brasil. O debate político durante a década de 1850 ficou todo por conta das questões relacionadas com as medidas que deveriam ser tomadas para impedir a chegada dos navios negreiros ao Brasil.

Passadas as preocupações relativas à Lei Eusébio de Queirós, o debate da abolição da escravatura voltou à tona. O Brasil, junto com Porto Rico e Cuba (colônias espanholas), era um dos últimos lugares a permanecerem com a escravidão. Essa questão, aliada com as revoltas de escravos, fez alguns políticos começarem a cogitar a possibilidade de que uma legislação fosse criada em prol da abolição.

Essa legislação fazia uma transição gradual, o que não desagradava as elites econômicas do país, sobretudo a do Sudeste, interessada em adiar, ao máximo, a abolição do trabalho escravo. Na década de 1860, começaram a ser discutidas as possibilidades de implementar-se essa transição gradual, e a primeira lei resultado desse debate foi a Lei do Ventre Livre.

Lei do Ventre Livre

A Lei do Ventre Livre foi aprovada no dia 28 de setembro de 1871 e decretava que todos os filhos de escravos nascidos no Brasil a partir de 1871 seriam considerados livres, mas com condições para tanto. O dono do escravo teria duas opções para conceder a alforria: se optasse libertá-lo com oito anos, ele receberia uma indenização de 600 mil-réis, se optasse por libertá-lo aos 21 anos, não receberia nenhuma indenização.

Essa lei nasceu de um pedido do imperador D. Pedro II, que solicitou, em 1865, a José Antônio Pimenta Bueno, político do Partido Conservador, um estudo para realizar a emancipação dos escravos. A proposta de Pimenta Bueno sugeria a libertação dos filhos dos escravos depois de um tempo de serviço indenizatório, mas acabou sendo engavetada devido à Guerra do Paraguai.

Quando o conflito acabou, uma proposta parecida com a de Pimenta Bueno foi apresentada pelo gabinete presidido por José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco. A ideia por trás da apresentação dessa lei era fazer com que a abolição fosse implantada no Brasil por meio da lei e não de uma revolta (como foi o caso haitiano).

A proposta, naturalmente, desagradava aos escravocratas, que temiam que o debate dessa lei incentivasse os escravos a rebelarem-se contra os seus senhores. Os defensores da escravidão também recusavam-se a conceder a liberdade para os filhos dos escravos sem receber indenização. Desse modo, a saída encontrada foi a citada anteriormente: só receberia indenização quem libertasse o filho do escravo aos oito anos.

Outra imposição dessa lei foi que ela impunha a obrigatoriedade de todo senhor a matricular o seu escravo em um registro nacional. Os escravos que não estivessem devidamente matriculados seriam considerados livres pela lei. Essa determinação permitiu a legalização de escravos que haviam entrado ilegalmente no Brasil a partir de 1831.

A Lei do Ventre Livre não foi enxergada com bons olhos pelos abolicionistas que demandavam a abolição imediata e irrestrita, porque a aprovação dessa lei contribuiu para amenizar o debate. De toda forma, a Lei do Ventre Livre deu abertura para uma atuação intensa de advogados abolicionistas, que vasculhavam os registros atrás de irregularidades, verificavam se a idade dos filhos dos escravos estava correta etc.

Lei dos Sexagenários

Na década de 1880, o abolicionismo ganhou força e espalhou-se pelo país, alcançando todas as classes sociais. O crescimento do abolicionismo refletia no crescimento das ações de resistência (legais e ilegais) e no surgimento de associações que defendiam a causa. Outros reflexos do fortalecimento do abolicionismo foram a reação conservadora dessa década e a Lei dos Sexagenários.

A força do abolicionismo na década de 1880 era evidente, mas os grupos escravocratas cresceram e começaram a tomar ações para frear o avanço dessa ideia no Brasil. O fortalecimento dos escravocratas incentivou a aprovação da Lei dos Sexagenários, ou Lei Saraiva-Cotegipe, em 28 de setembro de 1885.

A Lei dos Sexagenários decretava que todos os escravos com 60 anos ou mais seriam libertos, mas, para isso, deveriam trabalhar durante três anos para seu senhor como forma de indenização. A lei também determinava que os libertos contemplados por essa lei não poderiam mudar-se de província e deveriam, obrigatoriamente, estabelecer residência no município em que foram alforriados, por cinco anos.

A Lei dos Sexagenários foi considerada pelo movimento abolicionista uma lei conservadora e retrógrada, que tinha como único objetivo conter o crescimento do movimento abolicionista. O objetivo dos escravocratas com essa lei, porém, não foi alcançado, pois, pouco mais de dois anos depois, a Lei Áurea foi decretada no Brasil.

Reação conservadora

No quadro do crescimento do movimento abolicionista, conforme mencionado, houve uma reação de grupos conservadores que tinha como objetivo frear as transformações sociais e econômicas que eram defendidas pelo movimento abolicionista. Nesse sentido, três medidas são consideradas exemplos claros disso:


Lei Saraiva (1881)


Lei dos Sexagenários (1885)


Derrubada do debate sobre reforma agrária

Essa reação conservadora reforça o perfil elitista de grande parte das classes políticas do final do século XIX, que tinham como grande interesse a manutenção do status quo (termo usado para referir-se ao estado atual das coisas). Nesta parte do texto, faremos o destaque à Lei Saraiva e à derrubada do debate da reforma agrária, uma vez que já comentamos a Lei dos Sexagenários.

O primeiro destaque é à Lei Saraiva, aprovada em 9 de janeiro de 1881. Essa lei realizou transformações consideráveis no sistema eleitoral brasileiro e contribuiu para excluir o direito ao voto de muitos. A eleição no Brasil deixou de ser indireta e tornou-se direta, mas a renda mínima anual exigida para se ter direito ao voto aumentou de 100 mil-réis para 200 mil-réis.

Duas exigências que a Lei Saraiva impunha eram a pessoa comprovar a sua renda e assinar o documento de alistamento eleitoral. Caso a pessoa não assinasse esse documento, ela não poderia votar, e isso eliminava automaticamente todos os analfabetos, uma vez que estes não poderiam assinar o documento.

Essa lei, então, retirava a possibilidade dos analfabetos votar e exigia uma renda maior para se ter acesso ao direito de voto. Assim, essa lei atingia, especificamente, as camadas pobres compostas, em grande parte, por libertos e por negros livres (em decorrência da Lei do Ventre Livre) e, por meio de mecanismos legais, criava dificuldades para que esses grupos tivessem direito ao voto. Com isso, esse direito ficou restringido a um grupo de elite muito pequeno que correspondia à cerca de 1% da população.

A reação conservadora também visou a derrubada do debate sobre reforma agrária. Essa era uma medida defendida por alguns abolicionistas, como André Rebouças e Joaquim Nabuco, que defendiam a necessidade fundamental do liberto ter acesso à terra para que ele pudesse ter de onde tirar o seu sustento.

Essa pauta não era muito debatida entre os abolicionistas, mas os historiadores sugerem que a abolição concedida em 1888 foi uma forma de encerrar o debate nascente sobre a reforma agrária. As tentativas do assunto ser discutido foram silenciadas pelos grupos conservadores que atuavam na política brasileira.

Por Daniel Neves
Graduado em História


As leis abolicionistas realizaram a transição gradual para a abolição da escravatura atendendo aos interesses das elites do país.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?amp;v=33iW50meQFI&featu- acesso em 14/10/2020

TESE DO BRANQUEAMENTO

Entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, vigoraram em várias partes do globo as teses eugenistas, isto é, teses que defendiam um padrão genético superior para a “raça” humana. Tais teses defendiam a ideia de que o homem branco europeu tinha o padrão da melhor saúde, da maior beleza e da maior competência civilizacional em comparação às demais “raças”, como a “amarela” (asiáticos), a “vermelha” (povos indígenas) e a negra (africana).

Nesse período, alguns intelectuais brasileiros incorporaram essas teses e delas derivaram outra, por sua vez, “aplicável ao contexto do Continente Americano: a “tese do branqueamento.” A defesa do branqueamento, ou do “embranquecimento”, tinha como ponto de partida o fato de que, dada a realidade do processo de miscigenação na história brasileira, os descendentes de negros passariam a ficar progressivamente mais brancos a cada nova prole gerada.

O antropólogo e médico carioca João Baptista de Lacerda foi um dos principais expoentes da tese do embranquecimento entre os brasileiros, tendo participado, em 1911, do Congresso Universal das Raças, em Londres. Esse congresso reuniu intelectuais do mundo todo para debater o tema do racialismo e da relação das raças com o progresso das civilizações (temas de interesse corrente à época). Baptista levou ao evento o artigo “Sur les métis au Brésil” (Sobre os mestiços do Brasil, em português), em que defendia o fator da miscigenação como algo positivo, no caso brasileiro, por conta da sobreposição dos traços da raça branca sobre as outras, a negra e a indígena.

Em um trecho do referido artigo, Baptista afirma: “A população mista do Brasil deverá ter pois, no intervalo de um século, um aspecto bem diferente do atual. As correntes de imigração europeia, aumentando a cada dia mais o elemento branco desta população, acabarão, depois de certo tempo, por sufocar os elementos nos quais poderia persistir ainda alguns traços do negro.” Percebe-se nitidamente nesse trecho o teor do anseio pelo branqueamento.

As correntes intelectuais que influenciavam o pensamento de Baptista e de outros defensores do eugenismo eram variadas e iam desde o determinismo de Henry Thomas Buckle e o darwinismo social de Spencer às teorias de Gobineau. Todas essas correntes, em grande parte, serviram como argumento para justificar a fase do Neocolonialismo, que se incidiu sobre os continentes africano e asiático.

Um fator curioso da apresentação de Baptista no Congresso Universal das Raças foi a exibição de uma cópia do quadro “A Redenção de Cam” (ver imagem no topo do texto), do pintor espanhol Modesto Brocos. Esse quadro foi concluído em 1895 e apresenta a imagem de uma família: à esquerda, uma senhora negra olhando para os céus em gesto de agradecimento e uma mulher mestiça segurando uma criança branca; à direita, um homem branco observando a esposa e o filho.

A imagem do quadro transmite categoricamente a tese que Baptista defendia: o embranquecimento através das gerações. Brocos propõe a diluição da cor negra na sucessão de descendentes e insere nessa sucessão a “redenção”, a “absolvição” de uma “raça amaldiçoada”, isto é, a descendência de Cam, filho de Nóe, que, no livro do Gênesis, é amaldiçoado pelo pai. A história de Cam, a despeito de seu simbolismo bíblico, foi interpretada à revelia pelo racialismo do século XIX, no qual Brocos estava envolto. O “escurecimento” dos descendentes de Cam teria desembocado na raça negra africana, que poderia ser redimida por meio da mistura com a raça branca europeia.

A tese do branqueamento ainda ganhou argumentos por parte de outros intelectuais de peso do Brasil, como Oliveira Vianna. As teses racialistas, de modo geral, só foram desacreditadas, de fato, após a Segunda Guerra Mundial, sobretudo por meio de congressos fomentados por organismos internacionais, como a ONU (Organização das Nações Unidas).

Acima, quadro de Modesto Brocos y Gómez intitulado “A Redenção de Cam”, 1895

Publicado por: Cláudio Fernandes

 2ª SEMANA


TEMA: Revoltas na República Velha


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TqSEGSxvivc acesso em14/10/2020


AS REBELIÕES NA REPÚBLICA VELHA


FAAP


Durante muito tempo , a história tradicional fez vista grossa para a opressão e a miséria que vitimava o povo . Quando ficou impossível ocultar a exploração , criaram mentiras sobre o caráter brasileiro. Mentira segundo a qual somos tontos e conformados com a vida subdesenvolvida que levamos . Mas as revoltas político-sociais mostravam, claramente que não somos tão pacíficos e cordeiros como a velha história quer mostrar.

Revoltas Messiânicas
A fé popular e a luta contra a opressão


O termo messianismo é usado para designar os movimentos sociais em que milhares de sertanejos fundaram importantes comunidades comandadas por um líder religioso e a ele era atribuído qualidades como o dom de fazer milagres , realizar curas e profetizar acontecimentos .

O messianismo desenvolveu-se em áreas rurais pobres que reagiram a miséria. Seus componentes Básicos eram: a religiosidade do sertanejo e seu sentimento de revolta contra a miséria , a opressão e as injustiças das republicas dos coronéis.

A Luta Possível

Muita coisa divulgou-se sobre Antônio Conselheiro e sua gente , diziam que eram loucos , monar- quistas e comunistas . Durante muito tempo esconderam a verdade e o motivo que unia os sertanejos em canudos : a vontade de escapar da fome e da violência do sertão.

Conseguindo reunir um grande número de seguidores , Antônio Conselheiro estabeleceu em canudos, um velho arraial no sertão baiano . Em pouco tempo canudos era uma das cidades mais povoadas da Bahia .

Eles viviam num sistema comunitário , em que as colheitas , rebanhos e os frutos eram repartidos entre todos. Ninguém possuía nenhuma propriedade , pois os únicos bens era a roupa, moveis , etc...

Com isso fazendeiros começaram a temer o poder de Antônio Conselheiro e exigiram do governo estadual que acabasse com o arraial de Canudos. Nisso travou-se grandes batalhas até que um dia , organizou-se um exército de 7 mil homens , que destruiu Canudos completamente e toda população sertaneja morreu defendendo sua comunidade.


A Revolta de Canudos (1893 – 1897)

Assistam o filme, Guerra de canudos

Diponível em: https://www.youtube.com/watch?v=P4OYhj7Io0E&t=2632s acesso em 09/08/2020


No governo de Prudente de Morais eclodiu um grande movimentos de revolta social entre os humildes sertanejos baianos . O líder dos sertanejos era Antônio Vicente Mendes Maciel , mais conhecido como Antônio Conselheiro. Esse homem, senhor de fervorosa religiosidade, foi considerado missionário de Deus pela vasta legião de sertanejos que , desiludidos das autoridades constituídas escutavam suas pregações político – religiosas.

Guerra de Canudos - História do Brasil | Manual do Enem

Não compreendendo certas mudanças surgidas com a republica , Antônio Conselheiro declarava-se, por exemplo, contra o casamento civil e por isso foi identificado como um fanático religioso e monarquista.

A Guerra do Contestado (1912 – 1916)


Além de canudos , outro grande movimento messiânico ocorreu na fronteira entre o Paraná e Santa Catarina . Nessa região era muito grande o número de sertanejos sem – terra e famintos que viviam sob dura exploração dos fazendeiros e duas empresas norte-americanas que ali atuavam.

Os sertanejos do Contestados se organizaram e eram liderados por João Maria , Logo após sua morte outro monge, conhecido como José Maria (seu nome verdadeiro era Miguel Lucema Boa Ventura)

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José Maria reuniu mais de 20 mil sertanejos e fundaram alguns povoados chamados “Monarquia Celeste” , como em Canudos , os sertanejos do Contestados foram violentamente perseguidos e expulsos das terras que ocupavam . Em novembro de 1912 , o monge José Maria Foi morto e seus seguidores tentaram resistir e foram arrasados por tropas de 7 mil homens armados de canhões , metralhadoras e até aviões de combate.



A Revolta da Vacina ( 1904 )

A fúria popular explode nas ruas do Rio de Janeiro



No Governo do Presidente Rodrigues Alves ( 1902 – 1906 ) , o Rio de Janeiro , capital da republica , já era uma cidade com graves problemas urbanos e sociais: pobreza , desemprego , lixo , muitos ratos e mosquitos transmissores de doenças. Muitas pessoas morriam em conseqüência de epidemias como febre amarela , peste bribonica e varíola.

O governo decidiu, modernizar a cidade e tomar medidas drásticas contra as epidemias ,derrubou cortiços ,casebres e a população dali foram expulsas , Depois disso, o Prefeito Pereira Passos iniciou as obras de modernização da cidade. Para combater as epidemias teve o conselho do sanitarista Osvaldo Cruz que organizou um exército de funcionários da saúde e começou a destruir focos de ratos e mosquitos.


Osvaldo Cruz convenceu o presidente a decretar uma lei de vacinação obrigatória contra a varíola, o que gerou a revolta da população que diziam ser uma falta de vergonha as mulheres a se vacinar, pois achavam que as vacinas eram aplicadas nas partes intimas das mulheres.

O resultado de tanta reação foi uma revolta popular que explodiu pelas ruas do Rio de Janeiro , que o governo conseguiu controlar com tropas do corpo de bombeiros e a cavalaria.

A Revolta da Chibata ( 1910 )
Os marinheiros sob o comando do Almirante Negro




No final do governo do presidente Nilo Peçanha , estourou uma revolta de 2 mil marujos da marinha brasileira liderada pelo marinheiro João Cândido.

Primeiramente , os revoltosos tomaram o comando do navio Minas Gerais , matando na luta o comandante e três oficiais que resistiram. Depois, assumiram o controle dos navios São Paulo , Bahia e Deodoro em seguida apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro e enviaram um comunicado ao presidente explicando as razões da revolta .

Queriam mudanças no código de disciplina da marinha , que punia as faltas graves com 25 Chibatadas. O governo cedeu e aprovou um projeto que acabava com as chibatadas e anistiava os revoltosos , mas o governo não cumpriu a promessa , esquecendo a anistia , decretou a expulsão de vários marinheiros e a prisão de alguns lideres .

João Cândido foi preso , julgado e absolvido em 1912. Passou para a história como o Almirante Negro que acabou com as chibatadas na marinha do Brasil.

O Tenentismo

A rebelião dos jovens militares

No inicio da década de 1920 , crescia o descontentamento social contra o sistema oligárquico que dominava a política brasileira.
Esse descontentamento partiu da população dos grandes centros urbanos , que não estava diretamente sujeitas às pressões dos “coronéis” . O clima de revolta atingiu as forças armadas , difundindo – se sobretudo entre os tenentes.

Surgiu então, o tenentismo , um movimento político – militar que pela luta armada , pretendia conquistar o poder e fazer reformas na sociedade.

Os tenentes pregavam a moralização da administração publica , o fim da corrupção eleitoral o fim do voto aberto e queriam uma reforma na educação , para que o ensino fosse para todos os brasileiros. Eles conseguiram a simpatia da classe média e do proletariado , mas não da classe operária , que para eles estabelecia a verdadeira posição entre exploradores e explorados.


A Revolta do Forte de Copacabana (1922)

A primeira revolta tenentista eclodiu no dia 5 de julho de 1922 e foi liderada por 18 tenentes , que reunindo uma tropa de 300 homens , decidiram agir contra o governo e impedir a posse do presidente Artur Bernades. Mas a revolta não teve êxito com uma tropa superior a deles o governo acabou ganhando a batalha e dessa luta apenas dois rebeldes escaparam com vida : Eduardo Gomes e Siqueira Campos.

A Revolta de (1924)

Fracassada a revolta do Forte de Copacabana , Artur Bernades tomou posse da presidência. Teve porem que enfrentar, dois anos depois, uma nova revolta tenentista.

A revolta liderada pelo General Isidoro Dias Lopes , Pelo tenente Juares Távora e por políticos , como Nilo Peçanha , eclodiu em São Paulo , Também no dia 5 de Julho.

Com uma tropa de aproximadamente 1000 Homens os revolucionários ocuparam lugares estrategicos da cidade de São Paulo . Durante a ocupação , diversas batalhas foram travadas entre os rebeldes e as tropas do governo.

O governo paulista fugiu da capital , indo para outro lugar próximo , onde recebeu ajuda do Rio de Janeiro e preparou uma violenta ofensiva contra os rebeldes , percebendo que não tinha mais como resistir , o General Isidoro Dias Lopes , decidiu abandonar a cidade . Com uma numerosa e bem armada tropa, formou a Coluna Paulista , que tinha como objetivo continuar a luta contra o governo, levando a revolução para outros Estados do Brasil.

A revolta do Forte de Copacabana , a Revolução de 1924 , não produziram efeitos imediatos na estrutura política Brasileira , Contudo , conseguiram manter a chamada revolta contra o jugo das Oligarquias.


 3ª SEMANA

TEMA: O Trabalho, a Produção e o Capital

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?amp;v=wANY2kXQhR8&featu- acesso em 24/10/2020 

ORIGEM DO CAPITALISMO

A explicação sobre as origens do capitalismo remonta uma história de longa duração em que nos deparamos com as mais diversas experiências políticas, sociais e econômicas. Em geral, compreendemos a deflagração desse processo com o renascimento comercial experimentado nos primeiros séculos da Baixa Idade Média. Nesse período, vemos uma transformação no caráter autossuficiente das propriedades feudais na qual as terras começaram a ser arrendadas e a mão de obra começou a ser remunerada com um salário.

Essas primeiras mudanças vieram jun
to do surgimento de uma classe de comerciantes e artesãos que viviam à margem da unidade feudal habitando uma região externa, chamada de burgo. Foi baseado nesse nome que a classe social anteriormente referida ganhou o nome de burguesia. A burguesia medieval implantou uma nova configuração à economia europeia na qual a busca pelo lucro e a circulação de bens a serem comercializados em diferentes regiões ganharam maior espaço.

A prática comercial experimentada imprimiu uma nova lógica econômica em que o comerciante substituiu o valor de uso das mercadorias pelo seu valor de troca. Isso fez com que a economia começasse a se basear em cima de quantias que determinavam numericamente o valor de cada mercadoria. Dessa maneira, o comerciante deixou de julgar o valor das mercadorias tendo como base sua utilidade e demanda, para calcular custos e lucros a serem convertidos em uma determinada quantia monetária.

Com esse processo de monetarização, o comerciante passou a trabalhar tendo como fim máximo a obtenção de lucros e o acúmulo de capitais. Essa prática exigiu uma constante demanda pela expansão do comércio e, assim, nos fins da Idade Média, incitou a crescente classe comerciante burguesa a apoiar a formação de Estados Nacionais. Aliado ao poderio militar da nobreza, os burgueses passaram a contar com o fomento político para dominar novos mercados, regular impostos e padronizar moedas.

Essas transformações que marcaram a passagem da Idade Média para a Idade Moderna incentivaram o nascimento do chamado capitalismo mercantil e das grandes navegações. Nesse contexto, os Estados Nacionais incentivaram a descoberta e o domínio de novas áreas de exploração econômica por meio do processo de colonização. Foi nessa época que os continentes americano e africano passaram a integrar uma economia mundialmente articulada aos interesses das poderosas nações europeias.

Além de possibilitar uma impressionante acumulação de riquezas, o capitalismo mercantil criou uma economia de aspecto concorrencial na qual as potências econômicas buscavam acordos, implantavam tarifas e promoveram guerras com o objetivo de ampliar suas perspectivas comerciais. No entanto, a relação harmônica entre a burguesia e os monarcas ganhou uma nova feição na medida em que a manutenção dos privilégios da nobreza se transformava em um empecilho ao desenvolvimento burguês.

Foi nesse período que os princípios da filosofia iluminista defenderam uma maior autonomia das instituições políticas e criticaram a ação autoritária da realeza. Foi nesse contexto de valores que as revoluções liberais foram iniciadas pela convulsão sociopolítica que ganhou espaço na Inglaterra do século XVII. Na ilha britânica observamos a primeira experiência de limitação do poder real em favor de uma maior autonomia da economia durante o processo da Revolução Inglesa.

Pela primeira vez, as autoridades monárquicas passaram a estar submetidas ao interesse de outro poder com forte capacidade de intervenção política. Essa mudança na Inglaterra beneficiou diretamente a burguesia nacional ao conceder maiores liberdades para empreender acordos diplomáticos e articular os diversos setores da economia britânica ao interesse das atividades comerciais. Não é por acaso que foi nesse mesmo lugar que o capitalismo passou a ganhar novas forças com a Revolução Industrial.

A experiência da revolução imprimiu um novo ritmo de progresso tecnológico e integração da economia no qual percebemos as feições mais próximas da economia experimentadas no mundo contemporâneo. O desenvolvimento tecnológico, a obtenção de matérias-primas a baixo custo e a expansão dos mercados consumidores fez com que o sistema capitalista conseguisse gerar uma situação de extrema ambiguidade: o ápice do enriquecimento das elites capitalistas e o empobrecimento da classe operária.

Chegando ao século XIX, percebemos que o capitalismo promoveu uma riqueza custeada pela exploração da mão de obra e a formação de grandes monopólios industriais. Nesse período vemos a ascensão das doutrinas socialistas em franca contraposição ao modelo de desenvolvimento social, econômico e político trazido pelo sistema capitalista. Mesmo movendo diversas revoluções e levantes contra o sistema, o socialismo não conseguiu interromper o processo de desenvolvimento do capital.

No século passado, o capitalismo viveu diversos momentos de crise nos quais percebemos claramente os problemas de sua lógica de crescimento permanente. Apesar disso, vemos que novas formas de rearticulação das políticas econômicas e o afamado progresso tecnológico conseguiram dar suporte para que o capitalismo alcançasse novas fronteiras. Com isso, muitos chegam a acreditar que seria impossível imaginar um outro mundo fora do capitalismo.

No entanto, seria mesmo plausível afirmar que o capitalismo nunca teria um fim? Para uma afirmativa tão segura e linear como essa, podemos somente lançar mão do tempo e de suas transformações para que novas perspectivas possam oferecer uma nova forma de desenvolvimento. Sendo imortal ou mortal, o capitalismo ainda se faz presente em nossas vidas sob formas que se reconfiguram com uma velocidade cada vez mais surpreendente.


Por Rainer Sousa
Graduado em História


 4ª SEMANA


TEMA: A Crise de 1929

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HJ4Zr4e6-DQ&feature=emb_logo acesso em 15/10/2020

A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação financeira.

Os Estados Unidos antes da crise econômica

Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já possuía índices que comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência econômica internacional dos Estados Unidos.

Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a guerra, a década de 1920 foi um período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido para o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana ficou marcado principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, consolidando o American way of life, o estilo de vida americano.

O avanço da economia americana tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as mercadorias feitas no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava vultuosas somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a Primeira Guerra). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis por comprar 40% das matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo.

Mapa Mental: Crise de 1929



Essa euforia econômica refletia-se na população a partir de um consumismo acelerado, levando as pessoas a comprarem carros e artigos eletrodomésticos de maneira desenfreada. Esse consumismo ancorava-se, em parte, na expansão do crédito que acontecia no país sem nenhum tipo de regulação ou intervenção estatal. A expansão do crédito também cumpria importante papel no financiamento de diferentes atividades econômicas.

Com esse quadro, os Estados Unidos viviam um momento de pleno emprego e rápido crescimento industrial. Entre 1923 e 1929, os Estados Unidos possuíam uma taxa média de desemprego de 4%, a produção de automóveis no país aumentou 33%, o número de indústrias instaladas no país aumentou por volta de 10% e o faturamento do comércio quintuplicou.

Por causa do boom econômico e da onda de euforia, as pessoas passaram a investir de maneira intensa no mercado financeiro, disparando a especulação monetária. Durante a década de 1920, os investimentos nas ações das empresas na bolsa de valores de Nova Iorque tiveram saltos consideráveis.

O sentido de especulação financeira aqui está relacionado com pessoas que compravam ações na bolsa, esperando que estas se valorizassem para logo em seguidas revendê-las. Esse processo fazia com que os valores das ações aumentassem – pois havia muitos compradores – e criava uma falsa sensação de prosperidade. A continuidade desse falso cenário de prosperidade financeira e a superprodução resultaram na quebra da economia americana.

Quebra da bolsa de Nova Iorque

Toda essa prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. O crédito desregulado e o crescimento da especulação financeira criaram uma bolha de falsa prosperidade que estava à beira do precipício. A sociedade tornou-se incapaz de perceber o que estava prestes a acontecer. Esse processo foi explicado por Hobsbawm da seguinte maneira:

"O que acontecia, como muitas vezes acontece nos booms de mercados livres, era que, com os salários ficando para trás, os lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo nacional. Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido crescimento do sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o resultado foi superprodução e especulação. Isso, por sua vez, provocou o colapso"

A questão salarial que foi mencionada no trecho acima é muito importante para entendermos uma das facetas da crise: a superprodução. Na década de 1920, a indústria dos Estados Unidos expandiu-se e a produtividade do trabalhador aumentou. Esse aumento na produção, no entanto, não foi acompanhado de aumentos salariais, pois os salários permaneceram estagnados. Assim, o mercado não tive condições de absorver a quantidade de mercadorias que eram produzidas (nem o mercado americano nem outros países conseguiam absorver essas mercadorias). Isso abalou a esperança de rápida prosperidade de muitos que tinham ações de empresas americanas.

Milhares de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que ficou conhecido como Quinta-feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à venda, o que deixou o mercado em pânico. Essa situação se estendeu por dias e na segunda, dia 28, mais 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente o valor das ações despencou, e bilhões de dólares desapareceram. A economia americana quebrou.

Consequências da Crise de 1929

Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-se pelo país como um efeito dominó. O período mais crítico foi de 1929 a 1933; logo após, os efeitos da crise foram enfraquecendo-se, principalmente por causa da intervenção do Estado na economia com o New Deal (Novo Acordo).

Separamos abaixo alguns dados que evidenciam o impacto da crise na economia dos Estados Unidos:

PIB nominal dos Estados Unidos caiu aproximadamente 50%

O desemprego disparou e alcançou 27% (era 4% antes da crise)

Importações caíram 70%

Exportações caíram 50%

Diminuíram em 90% os empréstimos internacionais

Produção industrial caiu, no mínimo, 1/3

Produção de automóveis foi reduzida em 50%

Salário médio na indústria caiu 50%

Falência de milhares de empresas e bancos

Milhares de pessoas perderam instantaneamente todo seu patrimônio, uma vez que ele estava investido em valores da especulação que haviam desaparecido com a quebra da bolsa. Os efeitos da crise espalharam-se pelo mundo, por isso, a economia de diversos países entrou em recessão, e o desemprego disparou mundo afora.

A situação era tão crítica que o desemprego alcançou níveis altíssimos nos seguintes países:

Grã-Bretanha: 23%

Bélgica: 23%

Suécia: 24%

Áustria: 29%

Noruega: 31%

Dinamarca: 32%

Alemanha: 44%

A maioria desses países teve dificuldade em reduzir esses índices mesmo após 1933. Vale dizer também que esses dados nos dão uma pista do motivo pelo qual o fascismo e os ideais de extrema-direita tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da Europa durante a década de 1930. Ao todo, o comércio internacional foi reduzido em aproximadamente 1/3.

Consequências da Crise de 1929 no Brasil

O Brasil também sentiu os impactos da Crise de 1929. A área que sofreu mais com a recessão econômica foi a de produção do café – o principal produto de exportação do país. O Brasil era responsável por cerca de 70% do café comercializado no mundo, e o principal consumidor da nossa mercadoria eram os Estados Unidos (compravam cerca de 80% do nosso café).

Com a recessão, o café estagnou-se no mercado brasileiro, e o preço do produto despencou. Os cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos. No auge dessa crise, o país enfrentou transformações políticas profundas com o acontecimento da Revolução de 1930. O novo governo teve Getúlio Vargas como presidente provisório.

A mudança política em si que aconteceu nesse período já é levantada pelos historiadores como uma consequência indireta da recessão sobre o nosso país. Além disso, as exportações do café brasileiro reduziram-se por volta de 60%, e o preço do café no mercado internacional caiu cerca de 90%. Com isso, o governo resolveu agir.

A medida de Vargas na economia foi a de proteger o principal produto do país. Para isso, foi criado o Conselho Nacional do Café (CNC) em 1931. Para conter a queda no valor do café, o governo decidiu realizar a compra das sacas que estavam paradas para aumentar o valor do café no mercado internacional. As sacas que foram compradas pelo governo eram incendiadas. Essa prática estendeu-se durante treze anos, resultando na destruição de 78,2 milhões de sacas de café.



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*Todas as estatísticas utilizadas neste texto foram retiradas dos seguintes trabalhos e publicações:

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013.

HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

MAZZUCCHELLI, Frederico. A crise em perspectiva: 1929 e 2008. Disponível aqui.

MARTINS, Luis Carlos dos Passos e KRILOW, Leticia Sabia Wermeier. A Crise de 1929 e seus reflexos no Brasil: a repercussão do Crack na Bolsa de Nova York na imprensa brasileira. 
ROSSINI, Gabriel Almeida Antunes. Crise de 1929. 

Crise de 1929 atingiu economia e mudou a ordem política no Brasil. 

1 HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 104.

Por Daniel Neves
Graduado em História

Desempregados em uma fila à espera de receber alimento em Nova Iorque, em 1930

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