quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

PET VII 1 EM INT MANHÃ


1ª SEMANA


O que é fundamentalismo?

O fundamentalismo geralmente está associado a ideias sectárias, inflexíveis, sobre determinado tema, sobretudo com relação à religião.

É comum hoje em dia ouvirmos, lermos e assistirmos a noticiários que falam sobre o fundamentalismo religioso, sendo tal fundamentalismo geralmente associado às três religiões monoteístas de matriz abraâmica: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Todavia, há outras variações do emprego da expressão “fundamentalismo” que podem ser observadas no debate público, como “fundamentalismo político”, “fundamentalismo econômico” etc. Em todo caso, a expressão sempre denota um sentido negativo, indicando rigidez e inflexibilidade de opinião e compreensão. Além disso, no âmbito religioso, a palavra “fundamentalismo” também se associa a atos violentos, como o terrorismo, e a regimes políticos teocráticos, podendo, assim, ser confundida com outras duas expressões: fanatismo e extremismo (ou ainda sectarismo).

No entanto, o que é, de fato, fundamentalismo? Quando e em que contexto teve origem essa expressão? É o que veremos a seguir.

Origem da expressão “fundamentalismo”

O contexto de surgimento da palavra “fundamentalismo” é o imediato pós-Grande Guerra, isto é, os primeiros anos após a Primeira Guerra Mundial, terminada em 1918. A expressão foi formalmente definida pela primeira vez em 1920 por um pastor americano da Igreja Batista, chamado Curtis Lee Laws. Curtis Laws estava vinculado ao movimento protestante americano que era contrário ao segmento protestante liberal de fins do século XIX. Como especifica a pesquisadora Karen Armstrong, em sua obra Em nome de Deus – o fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo:

A campanha fundamentalista assumiu um caráter de batalha. Seus líderes constantemente utilizavam imagens bélicas. “Creio que chegou o momento em que as forças evangelizadoras deste país, basicamente os institutos bíblicos, devem não só se levantar para defender a fé, mas compor uma frente unida e ofensiva”, escreveu E. A. Wollam no Christian Workers Magazine. Na mesma edição James M. Gray expressou sua concordância, proclamando a necessidade “de uma aliança ofensiva e defensiva na Igreja”. Num encontro da Northern Batist Convention, em 1920, Curtis Lee Laws definiu “fundamentalista” como alguém que está disposto a recuperar territórios perdidos para o Anticristo e “lutar pelos fundamentos da fé”. 

A batalha a que se refere a autora era no âmbito doutrinal e exegético. Os fundamentalistas, que estavam ligados a instituições como a editora Tes-timony Publishing Company, que editou a The fundamentals, pregavam a necessidade de afirmação dos dogmas do protestantismo tradicional, como a infalibilidade das escrituras. Nesse sentido, um dos alvos desse grupo de fundamentalistas era a abertura que outros protestantes davam para discursos científicos, como a teoria da evolução das espécies, de Charles Darwin.

Intolerância e ações violentas

O fato é que tal expressão, nascida nesse contexto de acalorados debates teológicos, acabou migrando, sobretudo via imprensa, para campos diretamente relacionados à intolerância e ações violentas praticadas por pessoas que, mais do que propriamente preocupadas com os fundamentos de determinada religião, seguiam preceitos sectários e ideológicos. Por isso, é preciso diferenciar a defesa de doutrinas e dogmas religiosos, que permanecem no campo do debate, de ações violentas.

Um caminho possível é conhecer as ideologias que se servem das doutrinas religiosas para tais fins. Foi o caso, por exemplo, dentro do catolicismo irlandês, do grupo terrorista IRA. Esse grupo paramilitar católico que pregava a agenda política de separação da Irlanda do Norte do Reino Unido valia-se de atos terroristas e outras ações violentas, que eram alimentados por um discurso político misturado com a doutrina católica.

Nos EUA, o caso da Ku Klux Klan também é emblemático, já que tal “clã” era uma seita que misturava ideologias raciais e eugenistas com protestantismo puritano. O caráter de seita era evidente na KKK, com o uso de túnicas, capuzes e cruzes flamejantes.

Outro caso é do wahhabismo islâmico, desenvolvido no século XVIII, que desembocaria em associações como a Irmandade Muçulmana, fonte intelectual de muitos terroristas islâmicos, como o Osama Bin Laden.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oz_oY7fzHGM Acesso em 02/12/2020


2ª SEMANA


Fundamentalismo

O termo fundamentalismo significa a adesão estrita a um conjunto específico de doutrinas teológicas (fundamentos) tipicamente contrárias à teologia modernista. Foi criado originalmente por protestantes norte-americanos do Seminário Presbiteriano de Princeton (século 19), conseguindo adeptos e defensores de fundamentos teológicos, como uma lista específica de credos teológicos que se desenvolveu no início do século 20, com a Controvérsia Fundamentalista-Modernista. A primeira formulação das crenças fundamentalistas ocorreu na Conferência Bíblica de Niágara (1910), durante a Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana que gerou os "cinco fundamentos":

  1. A Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo e inerrante (sem erros);
  2. o nascimento virginal de Cristo;
  3. a morte de Cristo para a redenção do pecado;
  4. a ressurreição de Cristo;
  5. a realidade histórica dos milagres de Jesus.

Curtis Lee Laws, pastor batista, definiu a expressão formalmente (1920) como movimento protestante americano contrário aos protestantes liberais do século 19 e o fundamentalista como alguém disposto a recuperar territórios perdidos para o Anticristo e “lutar pelos fundamentos da fé”. 

Para Karen Armstrong (2006), as campanhas fundamentalistas têm caráter bélico, líderes utilizando imagens de batalhas no âmbito doutrinal e exegético, pregando a necessidade de afirmação dos dogmas do protestantismo tradicional em reação à abertura que outros protestantes davam para discursos científicos como a teoria da evolução das espécies.

O fundamentalismo não se abre ao diálogo e milita a favor de seus dogmas que são a verdade absoluta e indiscutível. A expressão que nasceu desses debates teológicos foi utilizada pela imprensa diretamente relacionada às ações violentas e à intolerância religiosa. 

Fundamentalismo religioso é forte aderência a qualquer conjunto de credos em face do criticismo ou impopularidade, com conotações religiosas ou atitudes de pessoas preocupadas com os fundamentos, preceitos doutrinários, sectários e ideológicos de determinada religião, tirando-as do mero campo dos debates e partindo para a intolerância e violência. Qualquer grupo religioso minoritário, violento ou intolerante, movimentos étnicos extremistas com inspirações religiosas, são popularmente considerados fundamentalistas étnicos.

O fundamentalismo volta aos princípios fundamentais ou vigentes na fundação de seu grupo, seita, facção ou segmento, mas, refere-se aos demais grupos dissidentes como desviados, corrompidos que não se identificam intencionalmente com o grupo maior ou divergem de seus princípios, sendo hostis ou contraditórios à identidade original. Por esta razão, fundamentalismo foi considerado anti-modernista, crença irracional ou exagerada, fanatismo.


Modernamente, muitas ideologias se serviram de doutrinas religiosas para fins fundamentalistas, como o IRA, grupo paramilitar católico que pregava a agenda política de separação da Irlanda do Norte do Reino Unido, com discursos políticos misturados com doutrina católica. Nos EUA, a Ku Klux Klan é seita fundamentalista que misturava ideologias raciais, eugenistas com o protestantismo puritano.

O judaísmo e judeus haredi, verdadeiros judeus da Torah; o islamismo tendo conflitos entre xiitas e sunitas desde o século 7, o wahhabismo (século 18) que desenvolveu associações de terroristas islâmicos, ideologias radicais de revolução social misturadas com o fundamentalismo islâmico combatem os jamaat (enclaves religiosos) e apoiam a jihad islâmica (luta contra a cultura ocidental) para que se submetam ao islamismo original prescrito na determinação divina (Sharia).


Os fundamentalistas objetivam atrair e converter os religiosos da comunidade maior, tentando convence-los de que eles não estão experimentando a versão autêntica da religião professada.


Por Armando Araújo Silvestre

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GRTD8SelKIE Acesso em 02/12/2020



Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=S4A9zjNPnto&feature=emb_logo Acesso em 02/12/2020


3ª SEMANA

Multiculturalismo

Entende-se por multiculturalismo tanto os estudos acadêmicos quanto as políticas institucionais que se desenvolvem em torno das questões trazidas pela emergência das sociedades multiculturais. Uma sociedade multicultural é aquela que, em um mesmo território, abriga povos de origens culturais distintas entre si. As relações entre esses grupos podem ser aceitação e tolerância ou de conflito e rejeição. Isso vai depender da história da sociedade em questão, das políticas públicas propostas pelo Estado e, principalmente, do modo específico como a cultura dominante do território é imposta ou se impõem para todas as outras. A convivência entre culturas diferentes não é uma questão nova, mas que se se intensificou nos últimos anos devido a acontecimentos marcantes.

Não é possível entender o multiculturalismo fora do contexto do fenômeno da globalização. O desenvolvimento acelerado dos meios de transporte e das tecnologias de comunicação aproximaram diferentes regiões do mundo, criando redes industriais e financeiras complexas e uma economia multinacional, interdependente e insubmissa às fronteiras nacionais. Com o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos passam a hegemonizar culturalmente todo o planeta. Seus produtos, filmes, músicas e formas de ver as coisas se espalham globalmente gerando o que se chama de “americanização” do mundo. Frente a esse fenômeno de hegemonização dos padrões culturais globais, as culturas tradicionais se fortaleceram, reagindo contra a massificação dos modos de ser. Por outro lado, apesar da massificação, vemos que essas comunidades culturais locais são capazes de se apropriar de partes da cultura americana, transformando-as em uma algo novo e diferente do original. No Brasil, o funk e rap são um exemplo claro dessa possibilidade.

Outros processos importantes que influenciam no surgimento das sociedades multiculturais, são as lutas pela independência que ocorrem nas colônias europeias da segunda metade do século XX, especialmente na África e na Ásia. O cenário pós-colonizal gera um processo de resgate das culturas tradicionais locais e, ao mesmo tempo, pela ligação histórica, desencadeia um movimento migratório para os países colonizadores. Também os conflitos de ordem étnica, religiosa e política, além das deficiências econômicas, são fatores que aumentam o fluxo migratório. Incentivado por tudo isso e pelo próprio cenário criado pela globalização, esse movimento migratório transforma de modo profundo as nações que receberam os imigrantes, colocando em cheque a capacidade dos estados modernos de gerirem sua nova configuração multicultural.

Alguns países democráticos têm buscado promover a aceitação e incorporação de culturas diferentes em seus territórios, valorizando a possibilidade de se constituírem enquanto nações pluriétnicas. No entanto, em outros países, a negação de direitos sociais e a perseguição de minorias culturais são práticas oficiais. Muitas vezes, ainda que exista uma política multiculturalista oficial, a perseguição é praticada por pessoas comuns, inflamadas por um sentimento de nacionalismo e rejeição ao outro. Os ataques violentos organizados por civis aos abrigos de refugiados de origem árabe na Alemanha são um exemplo disso. O multiculturalismo emerge a partir das reivindicações de minorias étnicas que sofrem de opressão histórica em seus territórios, como os negros e as populações indígenas por todo continente americano, incluindo o Brasil. O debate em torno desse tema é muito importante e traz à tona a forma como lidamos, enquanto sociedade, com as diferenças étnicas, culturais e religiosas que nos cercam.

Por Camila Betoni


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=y2Sl1Feg4fE Acesso em 02/12/2020


4ª SEMANA

Diversidade cultural no Brasil

Desde o início de sua história, após a colonização europeia, o Brasil é marcado pela extensa diversidade cultural.

Apesar do processo de globalização, que busca a mundialização do espaço geográfico – tentando, através dos meios de comunicação, criar uma sociedade homogênea – aspectos locais continuam fortemente presentes. A cultura é um desses aspectos: várias comunidades continuam mantendo seus costumes e tradições.

O Brasil, por apresentar uma grande dimensão territorial, possui uma vasta diversidade cultural. Os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos foram os primeiros responsáveis pela disseminação cultural no Brasil. Em seguida, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, árabes, entre outros, contribuíram para a diversidade cultural do Brasil. Aspectos como a culinária, danças, religião são elementos que integram a cultura de um povo.

As regiões brasileiras apresentam diferentes peculiaridades culturais.
No Nordeste, a cultura é representada através de danças e festas como o bumba meu boi, maracatu, caboclinhos, carnaval, ciranda, coco, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. A culinária típica é representada pelo sarapatel, buchada de bode, peixes e frutos do mar, arroz doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca, broa de milho verde, pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque, entre tantos outros. A cultura nordestina também está presente no artesanato de rendas.

Capoeira

O Centro-Oeste brasileiro tem sua cultura representada pelas cavalhadas e procissão do fogaréu, no estado de Goiás; e o cururu em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A culinária é de origem indígena e recebe forte influência da culinária mineira e paulista. Os pratos principais são: galinhada com pequi e guariroba, empadão goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do Pantanal – como o pintado, pacu e dourado.

Cavalhadas em Pirenópolis (GO)

As representações culturais no Norte do Brasil estão nas festas populares como o círio de Nazaré e festival de Parintins, a maior festa do boi-bumbá do país. A culinária apresenta uma grande herança indígena, baseada na mandioca e em peixes. Pratos como otacacá, pirarucu de casaca, pato no tucupi, picadinho de jacaré e mussarela de búfala são muito populares. As frutas típicas são: cupuaçu, bacuri, açaí, taperebá, graviola, buriti.

Festival de Parintins (AM)

No Sudeste, várias festas populares de cunho religioso são celebradas no interior da região. Festa do divino, festejos da páscoa e dos santos padroeiros, com destaque para a peregrinação a Aparecida (SP), congada, cavalhadas em Minas Gerais, bumba meu boi, carnaval e peão de boiadeiro. A culinária é muito diversificada, os principais pratos são: queijo minas, pão de queijo, feijão tropeiro, tutu de feijão, moqueca capixaba, feijoada, farofa, pirão, etc.

Feijoada

O Sul apresenta aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente, alemães e italianos. Algumas cidades ainda celebram as tradições dos antepassados em festas típicas, como a festa da uva (cultura italiana) e a oktoberfest (cultura alemã), o fandango de influência portuguesa e espanhola, pau de fita e congada. Na culinária estão presentes: churrasco, chimarrão, camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de carne em uma panela de barro) e vinho.

Chimarrão


Por Wagner de Cerqueira e Francisco


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