terça-feira, 10 de novembro de 2020

PET VI 3º ANO REGULAR MANHÃ

 1ª SEMANA


TEMA: A relação entre mercantilismo e o tráfico negreiro

O MERCANTILISMO

O Mercantilismo foi o conjunto de ideias e práticas econômicas, adotadas e desenvolvidas na Europa durante a fase do capitalismo comercial.

Origem do Mercantilismo

O mercantilismo começou a surgir na Baixa Idade Média (X a XV), época em que teve início o processo de formação das monarquias nacionais.

Porém, foi somente na Idade Moderna (XV a XVIII) que ele se firmou como política econômica nacional e atingiu o seu desenvolvimento.

Ao passo que as monarquias europeias foram se firmando como Estados modernos, os reis recebiam o apoio da burguesia comercial, que buscava a expansão do comércio para fora das fronteiras do país.

Além disso, o Estado lhe concedia o monopólio das atividades mercantis e defendia o comércio nacional e colonial da interferência de grupos estrangeiros.

Principais Características do Mercantilismo

Embora as práticas e ideias não tenham sido aplicados de maneira homogênea, o mercantilismo apresentou alguns elementos comuns nas diferentes nações europeias:

Controle estatal da economia – os reis com o apoio da burguesia mercantil foram assumindo o controle da economia nacional, visando fortalecer ainda mais o poder central e obter os recursos necessários para expandir o comércio. Dessa forma o controle estatal da economia tornou-se a base do mercantilismo;

Balança comercial favorável – consistia na ideia de que a riqueza de uma nação estava associada a sua capacidade de exportar mais do que importar. Para que as exportações superassem sempre as importações (superávit), era necessário que o Estado se ocupasse com o aumento da produção e com a busca de mercados externos para a venda dos seus produtos;

Monopólio – controladores da economia, os governos interessados numa rápida acumulação de capital, estabeleceram monopólio sobre as atividades mercantis e manufatureiras, tanto na metrópole como nas colônias. Donos do monopólio, o Estado o transferia para a burguesia metropolitana por pagamento em dinheiro. A burguesia favorecida pela concessão exclusiva comprava pelo preço mais baixo o que os colonos produziam e vendiam pelo preço mais alto tudo o que os colonos necessitavam. Dessa forma, a economia colonial funcionava como um complemento da economia da metrópole;

Protecionismo – era realizado através de barreiras alfandegárias, com o aumento das tarifas, que elevava os preços dos produtos importados, e também através da proibição de se exportar matérias-primas que favorecessem o crescimento industrial do país concorrente;

Ideal metalista – os mercantilistas defendiam a ideia de que a riqueza de um país era medida pela quantidade de ouro e prata que possuíssem. Na prática essa ideia provou não ser verdadeira.

Tipos de Mercantilismos

A Espanha adotou o mercantilismo metalista e enriqueceu com o ouro e a prata, explorados no continente americano, mas como não desenvolveu o comércio, a agricultura e a indústria, passou a importar produtos pagos com ouro e prata.

Como as importações superavam as exportações (déficit), a economia espanhola no século XVII, entrou numa crise que durou um longo período.

Na França o mercantilismo estava voltado para o desenvolvimento de manufaturas de luxo para atender ao mercado espanhol e procurou expandir suas companhias de comércio, bem como a construção naval.

Essa política econômica ficou conhecida como mercantilismo industrial ou colbertismo, referência ao ministro Colbert, quem mais a incentivou.

Portugal foi o país que demonstrou maior flexibilidade na aplicação do mercantilismo. No século XVI, com a descoberta do caminho marítimo para as Índias, pois em prática o mercantilismo comercial, comprando e revendendo mercadorias do Oriente.

Com a exploração das terras americanas, se tornou o pioneiro do mercantilismo de plantagem, baseado na produção destinada ao mercado internacional.

No século XVIII, com o ouro de Minas Gerais, praticou o mercantilismo metalista. Com a crise do ouro, surgiu o mercantilismo industrial, com a produção de artigos destinados ao abastecimento do mercado colonial.

Por Juliana Bezerra
Professora de História

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Znjcqzr-iY4&app=desktop acesso em 02/11/2020


2ª SEMANA

TEMA: Primeira Revolução Industrial

A PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Primeira Revolução Industrial corresponde à primeira fase da Revolução Industrial, período caracterizado pelo grande desenvolvimento tecnológico iniciado na Europa e que, posteriormente, espalhou-se pelo mundo, provocando inúmeras e profundas transformações econômicas e sociais. A Primeira Revolução Industrial iniciou-se por volta de 1760, marcando a transição de um sistema feudal para o sistema capitalista, e durou até meados de 1850, quando, então, iniciou-se a segunda fase da Revolução Industrial.

A Revolução Industrial foi dividida em três fases, baseadas nos avanços tecnológicos alcançados e suas consequentes transformações. São elas:

→ Primeira Revolução Industrial: de 1760 até meados de 1850;

→ Segunda Revolução Industrial: entre 1850 e meados de 1945;

→ Terceira Revolução Industrial: meados de 1950 até os dias atuais.

Características da Primeira Revolução Industrial

A Primeira Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, em meados do século XVIII, significou um período de grandes mudanças. Essas mudanças, ao longo dessa fase, estavam limitadas ao domínio inglês. Contudo, ao longo do desenvolvimento de novas tecnologias e aprimoramentos de técnicas, essas transformações espalharam-se pelo mundo todo, sendo, portanto, fundamental para entender a atual configuração da sociedade.

A principal característica dessa fase é a mudança do processo produtivo. Anteriormente, o trabalho era feito por artesãos, mulheres, homens e crianças, que o desenvolvia em suas casas ou em oficinas. Com a Revolução Industrial, esse trabalho passou a ser desenvolvido em fábricas com a utilização de máquinas. Antes, a execução de trabalho que era feita manualmente demandava muito tempo, visto que os trabalhadores precisavam realizar todas as etapas do sistema produtivo.

Com o avanço tecnológico, foi possível desenvolver máquinas capazes de otimizar o tempo, possibilitar a produção em maior escala e, consequentemente, o aumento dos lucros. Nesse período, passa a existir o que conhecemos por “divisão do trabalho”. Cada trabalhador passa, então, a exercer apenas uma etapa da produção e não todas as etapas (da matéria-prima à comercialização), como era feito anteriormente.

Surge também o trabalho assalariado, ou seja, o trabalhador que antes controlava o processo produtivo, passa a ser um funcionário que recebe uma remuneração pela sua produção. Sendo assim, a mão de obra passa a ser vendida, significando o surgimento de novas relações de trabalho.

Primeira Revolução Industrial na Inglaterra – Pioneirismo Inglês

A Inglaterra foi a pioneira da Revolução Industrial. Mas qual o motivo para isso? O país foi o pioneiro por diversos fatores. Primeiramente, é preciso mencionar o surgimento de uma classe social no território inglês: a burguesia, promovida pela Revolução Inglesa. Os burgueses detinham o capital necessário para investir e, portanto, passaram a financiar a indústria, adquirindo propriedades rurais, matéria-prima e possibilitando a modernização dos meios de produção.

Geograficamente, a Inglaterra era também privilegiada, sendo, dessa forma, um dos fatores mais decisivos para que o país progredisse nesse período. A Inglaterra possuía acesso ao comércio marítimo, facilitando a exploração de novos mercados e aumentando a zona de livre comércio. Ao tornar-se uma grande potência marítima, o país acabou acumulando capital que passou a ser investido nas fábricas.

Outros fatores que também fizeram com que a Revolução Industrial fosse iniciada na Inglaterra foram:

  • A abundância de recursos naturais, como o ferro, lã, carvão.
  • A política dos cercamentos, que mudou a configuração das áreas rurais, introduzindo cercas para a criação pecuária e para a produção de matéria-prima. Essa política provocou um intenso êxodo rural, visto que exigia dos pequenos proprietários títulos das propriedades. Muitos não possuíam e acabavam sendo expulsos de suas terras. A política de cercamentos foi responsável também pela grande disponibilidade de mão de obra e sua consequente desvalorização.
  • As políticas econômicas liberais adotadas passaram a possibilitar o progresso tecnológico e o aumento da produtividade.
Indústrias da Primeira Revolução Industrial

A principal indústria no período da Primeira Revolução Industrial era têxtil. Nesse período, surgiram diversas indústrias de tecidos de algodão que utilizavam o tear mecanizado. A produção desses tecidos era destinada à exportação, sendo um dos maiores impulsionadores da economia inglesa.

O desenvolvimento tecnológico alcançado nesse momento possibilitou que novas técnicas e maquinários fossem introduzidos na produção têxtil. Assim, foram criadas máquinas, como Spinning Jenny, Spinning frame, Spinning mule e water frame, capazes de tecer fios e aumentar a produção que antes era feita manualmente.

Consequências

A Primeira Revolução Industrial provocou intensas transformações no sistema produtivo. Surgiram as indústrias e um novo modo de produção: a manufatura deu lugar à maquinofatura. Houve aumento da mão de obra e sua consequente desvalorização. Novas relações de trabalho surgiram mediante a existência de duas classes: a burguesia e o proletariado. Os trabalhadores passaram a exercer funções específicas. Os salários recebidos eram baixos e as cargas horárias extenuantes.

A Inglaterra industrializou-se em um primeiro momento e posteriormente outras nações. A máquina introduzida nas fábricas possibilitaram o aumento da produção em menos tempo, aumento dos lucros e o desenvolvimento da economia. Nessa fase, foram utilizadas as máquinas de fiar nas indústrias têxteis; o tear mecanizado para a produção de tecidos e a máquina a vapor utilizada nas indústrias têxteis, nas usinas de carvão e de ferro, nos meios de transporte, como o navio a vapor e a locomotiva.

Resumo

A Primeira Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra por volta de 1760 até 1850, quando se iniciou a Segunda Revolução Industrial.

A Inglaterra foi a pioneira da Revolução Industrial por causa de fatores, como: posição geográfica, acúmulo de capital, política de cercamentos, entre outros.

A principal característica da Primeira Revolução Industrial é a substituição da manufatura pela maquinofatura.

Surgiram as indústrias, desenvolvendo-se especialmente a indústria têxtil cuja produtividade aumentou devido à inserção das máquinas de fiar, o tear mecânico e a máquina a vapor.
Novas relações de trabalho estabeleceram-se. Surge o trabalho assalariado e a divisão do trabalho.

​​​​​​​Por Rafaela Sousa
Graduada em Geografia

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NFrNx3JOXSg&app=desktop /acesso em 03/11/2020


3ª SEMANA


As relações de trabalho e a sociedade

As relações de trabalho estão ligadas às nossas relações sociais e à nossa realidade material.

O trabalho é a atividade por meio da qual o ser humano produz sua própria existência. Essa afirmação condiz com a definição dada por Karl Marx quanto ao que seria o trabalho. A ideia não é que o ser humano exista em função do trabalho, mas é por meio dele que produz os meios para manter-se vivo. Dito isso, o impacto do trabalho e do seu contexto exercem grande influência na construção do sujeito. Assim, existem áreas do conhecimento dedicadas apenas a estudar as diferentes formas em que se constituem as relações de trabalho e seus desdobramentos na vida de cada um de nós.

Não seria difícil, então, de se imaginar que, quando as relações de trabalho alteram-se no fluxo de nossa história, as nossas estruturas sociais também são alteradas, principalmente a forma como se estruturavam nossas relações, posições na hierarquia social, formas de segregação e, em grande parte, aspectos culturais erguidos em torno das relações de trabalho.

O trabalho no decorrer da história

Tomemos como exemplo o rápido processo de mudança que atingiu os países europeus no início do século XVIII, o qual hoje chamamos de Primeira Revolução Industrial. As relações de trabalho, anteriormente, eram fortemente agrárias, constituídas dentro do âmbito familiar. O ofício dos pais era geralmente passado aos filhos, o que garantia a construção de uma forte identidade ligada ao labor a que o sujeito se dedicava. O indivíduo estava ligado à terra, de onde tirava seu sustento e o de sua família. A economia baseava-se na troca de serviços ou de produtos concretos, e não no valor fictício agregado a uma moeda. Da mesma forma, o trabalho também estava agregado à obtenção direta de bens de consumo, e não a um valor variável de um salário pago com uma moeda de valor igualmente variável. A estrutura social era rígida, com pouca ou nenhuma mobilidade para os sujeitos, ou seja, um camponês nascia e morria camponês da mesma forma que um nobre nascia e morria nobre.

As mudanças trazidas pelo surgimento da indústria alteraram profundamente o sentido estabelecido para o trabalho e para a relação do sujeito com ele. A impessoalidade nas linhas de montagem que a adoção do Fordismo trouxe, em que milhares de pessoas amontoavam-se diante de uma atividade repetitiva em uma linha de montagem, sem muitas vezes nem ver o resultado final de seu esforço, passou a ser a principal característica do trabalho industrial.

O trabalho presente e futuro

As transformações de nossas relações de trabalho não pararam na Revolução Industrial, pois ainda hoje o caráter de nossas atividades modifica-se. Contudo, as forças que motivam essas mudanças são outras. A globalização é um dos fenômenos mais significativos da história humana e, da mesma forma que modificou nossas relações sociais mais íntimas, modificou também nossas relações de trabalho. A possibilidade de estarmos interconectados a todo momento encurtou distâncias e alongou nosso período de trabalho. O trabalho formal remunerado, que antes estava recluso entre as paredes das fábricas e escritórios, hoje nos persegue até em casa e demanda parte de nosso tempo livre, haja vista a crescente competitividade inerente ao mercado de trabalho.

A grande flexibilidade e a exigência por uma mão de obra cada vez mais especializada fazem com que o trabalhador dedique cada vez mais tempo de sua vida para o aperfeiçoamento profissional. Essa é uma das origens das grandes desigualdades sociais da sociedade contemporânea, uma vez que apenas aqueles que dispõem de tempo e dinheiro para dedicar-se ao processo de formação profissional, caro e exigente, conseguem subir na hierarquia social e econômica.

A introdução da automação na produção de bens de consumo tornou, em grande parte, a mão de obra humana obsoleta, aumentando o tamanho do exército de trabalhadores e diminuindo o valor da força de trabalho nos países que dispõem de grande população, mas com baixa especialização. Como resultado, a situação do trabalho só piora, pois se preocupar com o bem-estar do empregado é algo caro e, na concepção que prioriza o lucro monetário, não é um investimento que garanta renda imediata.


Por Lucas Oliveira
Graduado em Sociologia

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cwr6LD4kIsg Acesso em 26/11/2020


4ª SEMANA

O número de imigrantes nos Estados Unidos

O número de imigrantes nos Estados Unidos é considerado alto. Cerca de 10% da população do país é composta por imigrantes.

Estados Unidos é um dos principais países de atração de imigrantes no mundo. Recentemente o país vem recebendo um elevado número de imigrantes, um dos maiores da história. O fluxo migratório tem levado a nação a uma transformação estrutural, populacional e social de grande proporção.

Para se ter uma noção do que está acontecendo nos Estados Unidos, é como se a cada cinco anos emergisse no país uma cidade com uma população equivalente ao Rio de Janeiro. De acordo com estimativas, o número de imigrantes (legais e ilegais) que vivem nos Estados Unidos é de aproximadamente 28 milhões de pessoas, em 1930 essa parcela da população era três vezes menor.

O Centro para Estudos de Imigração divulgou dados acerca do número de imigrantes nos Estados Unidos, que afirmaram que por ano cerca de 1,2 milhão de pessoas chegam ao território norte-americano. Hoje, cerca de 10% da população do país é imigrante, número elevado, tendo em vista que a última vez que tal fato ocorreu foi no início do século XX, poucas décadas antes da Segunda Guerra Mundial.
As principais áreas de repulsão (países de origem dos imigrantes) são: México, com aproximadamente 7,8 milhões de imigrantes que vivem nos Estados Unidos, além de China, Taiwan, Hong Kong (1,3 milhão), Filipinas (1,2 milhão) e Índia (1 milhão).

Atualmente, a realidade dos imigrantes dos Estados Unidos não é tão diferente da encontrada entre os anos de 1870 e 1910, quando o país recebeu cerca de 20 milhões de pessoas. Na década de 70, metade dos imigrantes vivia abaixo da linha da pobreza. Atualmente, aproximadamente 30% dos imigrantes não possuem sequer o segundo grau. O número de imigrantes que habitam o país atualmente (28 milhões) é recorde, desde 1970 esse número triplicou.

Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qLUOTd4GQjo&t=3s Acesso em 16/11/2020


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